Articulação direta de Lira com Lula irrita centrão
Dirigentes de partidos dizem não ter dado aval para conversa; presidente da Câmara ofereceu apoio de 150 deputados ao petista
A articulação direta entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), desagradou os partidos de centro e bagunçou o jogo sobre a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estouro. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.
Lira ofereceu a Lula o apoio de 150 deputados de diversos partidos. O presidente da Câmara havia pedido ao petista o comando do Ministério da Saúde, o que foi negado por ele e confirmado por membros da transição.
Ainda se falava no Ministério das Minas e Energia, bem como espaços no Banco do Brasil e na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
A Codevasf é visada pelos operadores do orçamento secreto. Ela foi alvo de irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por reportagens investigativas.
Entretanto, depois do assunto vir à tona, dirigentes partidários se irritaram por Lira dizer ter pedaços de bancadas sem avisar. Com isso, ameaçaram não votar a PEC.
Agora, Lira precisa remediar a situação, vista pelo PT como uma oportunidade para não ceder aos pedidos.
Ainda está em jogo a Presidência da Câmara, que enfraqueceu a base do parlamentar para reeleição no próximo ano.
(*Publicado por Douglas Porto)