Proteção da Mata Atlântica recebe reconhecimento da ONU
No total, 10 iniciativas em todo o mundo agora vão receber promoção, apoio técnico ou financiamento das Nações Unidas
As diversas iniciativas de proteção e conservação da Mata Atlântica foram reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante Conferência a das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP15). O evento, realizado nessa terça-feira (13) em Montreal, no Canadá, deu reconhecimento a outras nove ações de restauração da natureza promovidas em diversas partes do planeta.
O reconhecimento traz para essas iniciativas a possibilidade de contar com as Nações Unidas para promoção, apoio técnico e financiamento de projetos. A missão é fazer com que as 10 iniciativas, em trabalho conjunto, possam restaurar mais de 68 milhões de hectares –área que é superior, por exemplo, a países como França, Mianmar e Somália. Há uma estimativa de que esse trabalho seja capaz de criar 15 milhões de empregos.
Os projetos vencedores foram declarados Iniciativas de Referência da Restauração Mundial. Eles foram selecionados sob a bandeira da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas, que é um movimento para prevenir, deter e reverter a degradação dos espaços naturiais.
A diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, afirma que é preciso colaboração para construir um futuro sustentável. “Transformar nossa relação com a natureza é a chave para reverter a tríplice crise planetária da mudança climática, da perda da natureza e da biodiversidade, da poluição e do desperdício”, explica.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu, argumenta que recuperar biomas representa a possibilidade de melhorar a vida dos seres humanos. “Inspirados por estas iniciativas, podemos aprender a restaurar nossos ecossistemas para melhorar a produção, a nutrição, o ambiente e a vida de todos, sem deixar ninguém para trás”.
Pacto Trinacional da Mata Atlântica
O reconhecimento da ONU foi dado para centenas de organizações que buscam proteger e restaurar o bioma, que possui grande diversidade de flora e de fauna.
Originalmente, a Mata Atlântica cobria uma faixa do Brasil, do Paraguai e da Argentina, mas ela foi bastante reduzida ao longo dos séculos em razão exploração de madeira, expansão agrícola e construção de cidades. No Brasil, a Mata Atlântica está presente em mais da metade dos estados.
Cerca de 700 mil hectares do bioma já foram restaurados, mas a meta é restaurar mais 1 milhão de hectares até 2030 e 15 milhões até 2050.