Investidores globais ficam às cegas em meio ao pós-Covid da China
Não há dados adequados para rastrear aumento de infecções e possíveis ameaças à economia nos próximos meses
Os investidores globais, já pegos de surpresa pela reviravolta na política sanitária de Covid-19 da China, agora se veem às cegas em uma caótica transição pós-pandemia, sem dados adequados para rastrear o aumento de infecções e possíveis ameaças à economia nos próximos meses.
As autoridades na China, onde os dados oficiais muitas vezes confundem os investidores ou são questionados por sua confiabilidade, interromperam os testes em massa para Covid-19 e restringiram seus relatórios de infecções, tornando as informações ainda mais difíceis de se obter.
Os investidores passaram a buscar dados online ou outras alternativas e estão aprimorando seus modelos de acompanhamento, buscando uma visão clara do aumento de infecções por Covid-19 e uma possível crise de saúde à medida que a segunda maior economia do mundo reabre.
Embora a confiança permaneça inabalável de que a China emergirá com um crescimento mais forte na última parte do próximo ano, o aumento de casos no curto prazo apresenta novos desafios para uma economia que os investidores há muito tempo consideram difícil de ler.
“Está um caos agora”, disse Joanna Shen, especialista de investimentos em ações do J.P. Morgan Asset Management. “Vamos dar um mês para ver como as coisas estarão. Tudo é muito rápido.”
O JPMorgan Asset Management mantém uma posição “neutra” para a China, preferindo uma postura de esperar para ver no curto prazo, depois que as autoridades reverteram na semana passada as medidas rígidas contra a Covid que estavam estrangulando a economia.
Os investidores veem o sistema de saúde como o principal ponto de pressão da economia, onde um colapso pode desencadear um retorno a regras rígidas, então eles estão buscando novas maneiras de rastrear doenças e preencher as lacunas deixadas por dados públicos cada vez mais irregulares.
Oficialmente, as novas infecções na China caíram drasticamente ao longo da última semana, com 2.291 novas infecções sintomáticas por Covid-19 relatadas em 13 de dezembro, menos da metade do pico de 5.046 em 5 de dezembro.
Mas a rápida disseminação do vírus é evidente nas conversas sobre surtos na comunidade, longas filas do lado de fora das clínicas médicas e uma busca por medicamentos para gripe.
