Não precisamos de um BNDES igual aquele de 2011 a 2014, diz ex-secretário do Tesouro
Mansueto Almeida entende que a política agressiva de empréstimos com subsídios que foi adotada em anos anteriores pode gerar um alto custo para a dívida pública
Em entrevista à CNN, nesta terça-feira (13), o economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que não é desejável que o BNDES siga a mesma política vista entre os anos de 2011 a 2014.
Almeida comentou sobre as perspectivas para o banco após o anúncio de Aloizio Mercadante como próximo presidente da instituição.
“Não precisamos do BNDES de 2011 a 2014 que emprestou cerca de R$ 300 bilhões por ano. Mas, que a consequência disso foi um aumento muito grande da dívida pública”, disse.
Para o economista, se o banco retomar a política agressiva de empréstimos com subsídios, o custo será alto por prejudicar a dívida pública e também enfraquecer a política monetária que vem sendo feita pelo Banco Central (BC) para combater a inflação.
“O BNDES tem um espaço para aumentar os empréstimos em torno de R$ 500 bilhões. Então, ele tem de atuar em complemento com o setor privado. O banco, nos últimos anos, reduziu os empréstimos, mas tivemos um desenvolvimento grande do mercado de capitais”, explicou Almeida.
O ex-secretário do Tesouro comentou ainda sobre os demais nomes anunciados pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ocupar cargos no primeiro escalão da pasta.
Haddad confirmou, em coletiva nesta terça-feira (13), o nome do economista Gabriel Galípolo como número dois da pasta. Ele anunciou, ainda, Bernard Appy para o que será a secretária especial para reforma tributária.
Veja a entrevista completa no vídeo acima.
Publicado por Pedro Zanatta, do CNN Brasil Business