Justiça faz primeira audiência de processo de anestesista acusado de estupro
Giovanni Quintella Bezerra foi filmado enquanto abusava de uma gestante durante um parto; caso ocorreu na Baixada Fluminense, em julho
A Justiça do Rio de Janeiro inicia nesta segunda-feira (12) a primeira audiência do processo do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, acusado de estuprar uma grávida durante um parto na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Filmado por profissionais de saúde desconfiados da conduta do médico, o caso aconteceu no dia 10 de julho. A Polícia Civil foi acionada e prendeu o anestesista em flagrante.
Ele responde por estupro de vulnerável na 2ª Vara Criminal de São João de Meriti. A denúncia feita pelo Ministério Público destaca que o crime foi cometido contra uma gestante e com violação do dever inerente à profissão. O caso está em segredo de justiça para preservar a identidade da vítima.
Atualmente, Bezerra segue em uma cela isolada no presídio de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste da cidade do Rio.
A CNN fez contato com a Defensoria Pública, que deve representar o médico no julgamento, mas não teve retorno até o momento.
Entenda o caso
Uma equipe de enfermagem passou a estranhar o comportamento de Giovanni Quintella Bezerra durante os partos devido ao uso excessivo de medicamentos e a construção de uma espécie de ‘cabana’, com panos, perto da cabeça das pacientes.
Assim, decidiu filmá-lo, escondendo um celular dentro de um armário. Segundo as investigações, após uma cesariana, o marido deixou a sala de parto enquanto a mulher foi sedada pelo anestesista. Cinquenta segundos depois, o médico iniciou o abuso, em que enfiou o órgão sexual na boca da vítima.
Por meio da análise do vídeo de 1 hora, 36 minutos e 20 segundos, a Polícia Civil identificou que o estupro durou nove minutos e cinco segundos.
O caso aconteceu no Hospital Estadual Heloneida Studart, em São João de Meriti. Uma apuração da CNN junto à Secretaria de Estadual de Saúde descobriu que Bezerra participou de cerca de 90 cesarianas em quatro unidades públicas ligadas ao governo do RJ, entre maio de 2021 e julho de 2022.
A Polícia Civil investiga se ele teria feito outras vítimas.