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    Gustavo Franco, ex-presidente do BC, alerta sobre riscos da irresponsabilidade fiscal

    Economista e ex-presidente do Banco Central afirmou que gastos extraordinários podem levar país "ao caos"

    Pedro Zanattado CNN Brasil Business em São Paulo

    O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e conhecido por ser um dos “pais” do Plano Real, criticou a indefinição dos nomes que farão parte da equipe ministerial do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em específico, o ministro da Fazenda e a irresponsabilidade fiscal em torno da PEC do Estouro.

    “A irresponsabilidade fiscal, sobretudo quando enrolada na bandeira da governabilidade e da defesa da democracia, pode nos levar ao caos”, diz Franco na Carta Estratégia, publicada mensalmente pela Rio Bravo Investimentos.

    Em outro trecho do documento, o economista reitera o alerta e destaca a coalizão que se desenha com o “centrão”, sem uma “associação programática” ou “com responsabilidade fiscal”.

    “Esse alerta precisa ser feito, pois a coalizão que se desenha, construída a partir de várias vertentes do chamado “Centrão” – inclusive incorporando o atual presidente da Câmara, o deputado Artur Lira –, não tem “vinculações históricas”, ou “associação programática”, com a responsabilidade fiscal”.

    Na quarta-feira (7), a PEC do Estouro foi aprovada no plenário do Senado Federal, por 64 votos a 13. O projeto expande o teto de gastos públicos em R$ 145 bilhões por dois anos, viabilizando a manutenção do Auxílio Brasil, que deverá voltar a se chamar Bolsa Família, em R$ 600 no próximo ano.

    Além disso, ao comentar sobre o possível retorno do Ministério da Fazenda e outras pastas, Franco avalia que o presidente eleito deve retornar ao antigo desenho para “acomodar aliados”.

    “O atual ministério da Economia, recorde-se, é fruto da união de cinco dos ministérios que existiam quando Lula foi presidente da última vez. Parece natural que Lula retroaja ao desenho original, inclusive para não sobrecarregar o titular e dispor de outros cargos para acomodar aliados”.

    “De igual modo, é natural que o mercado financeiro reaja mal ao enfraquecimento e divisão da área econômica, especialmente no contexto de uma eleição que não tratou de economia e de um governo que começa, inclusive antes da posse, tirando férias da responsabilidade fiscal”, criticou o economista.