Papa Francisco compara sofrimento dos ucranianos a operação nazista na 2ª guerra
Desde que a invasão russa começou em fevereiro, Papa Francisco tem sido cada vez mais contundente em sua condenação das ações da Rússia
O Papa Francisco comparou o que acontece com os ucranianos por causa da guerra com a Rússia a uma operação nazista que matou cerca de 2 milhões de pessoas, a maioria judeus, nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial.
Em fala durante audiência geral semanal, Francisco indicou que a Universidade Católica de Lublin comemorou na segunda-feira (5) o aniversário da ‘Operação Reinhard’, em referência a uma operação secreta realizada em territórios da Polônia ocupada, incluindo alguns da atual Ucrânia.
“Nesta segunda-feira, o Centro de Relações Católico-Judaicas da Universidade Católica de Lublin comemorou o aniversário da ‘Operação Reinhard’. Durante a Segunda Guerra Mundial, resultou no extermínio de quase dois milhões de vítimas, a maioria de origem judaica. Que a lembrança deste terrível acontecimento evoque em todos intenções e ações de paz. E a história está se repetindo. Vemos agora o que está acontecendo na Ucrânia. Rezemos pela paz”, disse Francisco.
A Rússia disse repetidamente que sua invasão da Ucrânia é uma “operação militar especial” para “desnazificar” o país e erradicar os nacionalistas que considera perigosos.
A Ucrânia e seus aliados, por sua vez, acusam Moscou de travar uma guerra não provocada para tomar território de seu vizinho pró-Ocidente.
Desde que a invasão começou em fevereiro, o Papa Francisco tem sido cada vez mais contundente em sua condenação das ações da Rússia.
No mês passado, ele disse que os ucranianos estavam sofrendo um “martírio de agressão” e comparou os efeitos da guerra contra os ucranianos ao “terrível genocídio” da década de 1930, quando o líder soviético Josef Stalin infligiu fome ao país.Em entrevista no mês passado à revista jesuíta America, Francisco falou sobre o que chamou de crueldade das forças russas na Ucrânia:
“Em geral, os mais cruéis talvez sejam aqueles que são da Rússia, mas não são da tradição russa, como os chechenos, os Buryatis. Certamente, quem invade é o estado russo. Isso é muito claro”, disse Francisco.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chamou os comentários de “não cristãos” e incompreensíveis, informou a Reuters.