Polícia do RS investiga tortura após furto de picanha em supermercado
Imagens de câmera de segurança de uma unidade da rede de supermercados Unisuper mostraram dois homens sendo espancados por seguranças do estabelecimento após uma tentativa de furto de uma peça de carne
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga um caso de tortura em um supermercado na cidade de Canoas, na região metropolitana da capital porto Alegre.
Imagens de câmera de segurança de uma unidade da rede de supermercados Unisuper mostraram dois homens sendo espancados por seguranças do estabelecimento após uma tentativa de furto de uma peça de picanha.
As câmeras mostraram um homem sendo levado por seguranças para o depósito do supermercado, onde sofreu agressões, logo após ser visto escondendo a carne dentro de sua calça.
O circuito interno capturou o momento exato da tortura, quando o suspeito do furto, sentado no chão, é intimidado pelos funcionários. Um segundo homem foi levado ao depósito e, sentados, os dois foram brutalmente agredidos – inclusive com o uso de diversas ferramentas.
Após o término das agressões, os seguranças agressores posaram para uma foto juntos no depósito.
De acordo com a investigação da Polícia, eles pediram o pagamento de um resgate e só liberaram as vítimas após o filho de um dos agredidos transferir um valor.
Também segundo os policiais, o episódio aconteceu no dia 12 de outubro. As autoridades só ficaram sabendo da ocorrência dois dias depois – quando um homem com severas fraturas no rosto deu entrada em um hospital de Porto Alegre. Ele ficou em coma.
No dia 17 de outubro, policiais foram ao supermercado e solicitaram as câmeras de segurança, mas enquanto eram recebidos por um funcionário, outro tentou esconder as evidências do crime apagando os dados do computador.
A Polícia Civil afirma que os quatro envolvidos relataram versões conflitantes e a divulgação das imagens tem o objetivo de auxiliar na identificação dos participantes.
Em nota, a rede de supermercados Unisuper disse que encerrou o contrato terceirizado com a empresa “Glock Segurança” e todos os funcionários envolvidos foram desligados. O supermercado também afirmou que iniciou o trabalho de revisão de todos os protocolos de segurança e conduta dos funcionários.
* Publicado por Léo Lopes, com informações de Letícia Brito e Vinícius Bernardes, da CNN