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    Dificilmente próximos governos conseguirão retroceder pauta ambiental em SP, diz Rodrigo Garcia

    Governador de São Paulo participou, nesta sexta-feira (25), de fórum de discussões sobre sustentabilidade e habitação, e afirmou que transição com governo eleito tem sido "republicana e transparente"

    CNN Brasil

    O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (25), que dificilmente próximos governos conseguirão retroceder a pauta ambiental no estado.

    Ele realizou a abertura do evento “Fórum Estadão Think: Sustentabilidade, Habitação e o Novo Rio Pinheiros”, seminário que reuniu autoridades com representantes do mercado e sociedade civil para discutir “políticas públicas que caminham juntas para oferecer maior qualidade de vida à população de São Paulo“.

    Durante sua fala, Garcia classificou São Paulo como um “estado sustentável”, e afirmou que “projetos na área ambiental, que estão em execução ou foram idealizados por nossas equipes técnicas, já estão pactuados com a sociedade”.

    Ele acredita que “dificilmente qualquer governo que vem pela frente” retrocederá a pauta ambiental em São Paulo, “que já uma pauta da sociedade paulista, não de governo”.

    Garcia comentou o processo de transição para o governo eleito de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e disse que o processo tem sido “extremamente republicano e transparente”.

    “Eu tenho certeza que o governador eleito dará continuidade em grande parte de nossos projetos. Ele já disse que não é um governo de ruptura, mas de mudanças”, declarou o governador, que apoio a candidatura de Tarcísio durante a campanha para o segundo turno das eleições.

    Em sua fala, ele ainda aproveitou para exaltar ações do governo paulista na área do meio ambiente e habitação. “O governo de São Paulo se comprometeu com a despoluição do Rio Pinheiros e implantou o ICMS ambiental para incentivar a preservação do meio ambiente. Esses são dois exemplos de projetos que são executados com responsabilidade social, ecológica e sustentável”, pontuou Garcia.

    Após a fala de Garcia, o evento realizou dois painéis de discussão.

    “O desafio da habitação”

    O primeiro, focado em habitação, contou com a presença do secretário de Habitação de São Pauo, Flávio Amary, do diretor técnico da Consurb, Lair Krahenbuhl, do presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo), Caio Portugal e da diretora-executiva de Habitação Econômica do Secovi-SP, Daniela Ferrari.

    Flávio Amary afirmou que deu continuidade ao trabalho do próprio governador, que foi secretário da mesma pasta, e classificou como “gigante” o desafio da habitação em São Paulo, com destaque para o “déficit habitacional e o ônus excessivo do aluguel”.

    Krahenbuhl destacou o papel da CDHU no atendimento de idosos e quilombolas. “As habitações urbanas indígenas feitas em Mongaguá e Bertioga, por exemplo”, disse. Já Caio pontuou que o setor no qual a Aelo atua “no cortejamento das relações entre poder público e iniciativa privada” para “construir ambientes e relações de licenciamento e desburocratização para que a cidade legal e sustentável seja construída”.

    Por último, Daniela apontou que o Secovi, que representa o setor imobiliário, avalia que o setor de habitação social cresceu muito, mas a demanda ainda é muito forte. “A produção de habitação é urgente e emergencial. Ainda é muito concentrada nas capitais e grandes centros metropolitanos”, disse.

    O segundo painel, intitulado “Sustentabilidade e o Novo Rio Pinheiros”, contou com a participação do secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Fernando Chucre, o secretário de Governo de São Paulo, Marcos Penido, do diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga, do presidente do grupo Bueno Netto, Adalberto Bueno Netto, da coordenadora do 2030 Water Resources Group para o Brasil, Stela Goldenstein, e do CEO da Usina SP, Thiago Nagib.

    Saneamento básico e meio ambiente caminham juntos

    O segundo painel, intitulado “Sustentabilidade e o Novo Rio Pinheiros”, contou com a participação do secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Fernando Chucre, o secretário de Governo de São Paulo, Marcos Penido, do diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga, do presidente do grupo Bueno Netto, Adalberto Bueno Netto, da coordenadora do 2030 Water Resources Group para o Brasil, Stela Goldenstein, e do CEO da Usina SP, Thiago Nagib.

    O painel ressaltou que, ao buscar atingir as metas de despoluição do rio Pinheiros, a Sabesp conectou a rede de esgoto de mais de 650 mil residências ao saneamento básico. O secretário de Governo de São Paulo, Marcos Penido, disse que este é o maior projeto socioambiental em andamento no país, pois envolve a extensão do alcance do saneamento básico e a revitalização do meio ambiente.

    Para ele, o grande mérito do projeto não é o rio, mas sim o atendimento dessas pessoas carentes. “Nós devolvemos dignidade para as pessoas que recebem o saneamento básico, e ao mesmo tempo, resgatamos o rio.”

    Fernando Chucre disse que as metas de despoluição do rio Pinheiros para este ano foram todas alcançadas. Além das ações relacionadas ao saneamento básico promovidas pela Sabesp, também foram instaladas 5 unidades de recuperação ao longo do rio. Segundo ele, já voltou a existir vida na região, e os efeitos de mudança já podem ser sentidos.

    A coordenadora do 2030 Water Resources Group para o Brasil, Stela Goldenstein falou sobre a importância na mudança de atitude da Sabesp, que havia esperado por anos por uma urbanização das áreas de ocupação informal para poder instalar o saneamento básico, mas que, para esse projeto, decidiu prosseguir com a instalação mesmo sem os processos de urbanização formal.

    “É um avanço tremendo, mas ainda temos muita coisa a fazer para trazer plena cidadania para essas pessoas que vivem em áreas informais”, ela disse.

    O presidente do grupo Bueno Netto relembrou como a despoluição do rio é proposta há mais de 20 anos, mas a iniciativa sempre acabou interrompida por diversos motivos, até ser retomada na gestão do então governador João Doria.

    Thiago Nagib, CEO da Usina SP, que fica às margens do rio Pinheiros, apontou que finalmente é possível construir projetos que pensem no aproveitamento da área. “Antes o rio parecia um esgoto a céu aberto, hoje o rio tem cara e cheiro de rio. A Usina SP fica numa espécie de litoral hoje.”

    Publicado por Léo Lopes e Fernanda Pinotti, da CNN

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