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    Cientistas testam tecnologia de RNA mensageiro para vacina universal contra gripe

    Imunizante experimental forneceu ampla proteção contra todos os 20 subtipos conhecidos de vírus influenza A e B

    Nancy Lapidda Reuters

    Uma vacina experimental forneceu ampla proteção contra todos os 20 subtipos conhecidos de vírus influenza A e B, causadores da gripe comum, em testes iniciais em camundongos e furões.

    Os resultados abrem um caminho para uma vacina universal contra a doença que pode ajudar a prevenir futuras pandemias, de acordo com um estudo norte-americano publicado na quinta-feira (24).

    A vacina de duas doses emprega a mesma tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) usada nas vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pela Pfizer e pela Moderna. O imunizante fornece pequenas partículas lipídicas contendo instruções de mRNA para as células criarem réplicas das chamadas proteínas hemaglutininas que aparecem nas superfícies do vírus influenza.

    Uma vacina universal não significaria o fim das temporadas de gripe, mas substituiria o trabalho de adivinhação que envolve o desenvolvimento de vacinas anuais meses antes da temporada de gripe a cada ano (entenda aqui).

    “A ideia aqui é ter uma vacina que dê às pessoas um nível básico de memória imunológica para diversas cepas de gripe, para que haja muito menos doenças e mortes quando ocorrer a próxima pandemia de gripe”, disse o líder do estudo, Scott Hensley, da Perelman Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, em um comunicado.

    Ao contrário das vacinas contra a gripe padrão que fornecem uma ou duas versões de hemaglutinina, a vacina experimental inclui 20 tipos diferentes na esperança de fazer com que o sistema imunológico reconheça qualquer vírus da gripe que possa encontrar no futuro.

    Em experimentos de laboratório, o sistema imunológico de animais vacinados reconheceu as proteínas hemaglutininas e se defendeu contra 18 cepas diferentes de influenza A e duas cepas de influenza B. Os níveis de anticorpos induzidos pela vacina permaneceram inalterados por pelo menos quatro meses, de acordo com um relatório publicado na revista Science.

    A vacina reduziu os sinais de doença e protegeu da morte mesmo quando os furões foram expostos a um tipo diferente de gripe que não está na vacina, disseram os pesquisadores.

    Avanços

    A Moderna e a Pfizer têm vacinas de mRNA contra a gripe em estágio avançado de testes em humanos, e a GSK e o parceiro CureVac estão testando uma vacina de mRNA contra a gripe em uma avaliação de segurança em estágio inicial em humanos. Essas vacinas são projetadas para proteger contra apenas quatro cepas de influenza circulantes recentemente, mas teoricamente poderiam ser alteradas a cada ano.

    A vacina universal contra a gripe, se bem-sucedida em testes em humanos, não necessariamente preveniria a infecção. O objetivo é fornecer proteção duradoura contra doenças graves e morte, disse Hensley.

    Ainda restam dúvidas sobre como julgar a eficácia e os possíveis requisitos regulatórios para uma vacina contra possíveis vírus futuros que não estão circulando atualmente, escreveram Alyson Kelvin e Darryl Falzarano, da Universidade de Saskatchewan, do Canadá, em um comentário publicado com o estudo.

    Embora os resultados promissores com a nova vacina “sugiram uma capacidade protetora contra todos os subtipos de vírus influenza, não podemos ter certeza até que os ensaios clínicos em voluntários sejam concluídos”, disse Adolfo García-Sastrem, diretor do Instituto de Saúde Global e Patógenos Emergentes do Mount Hospital Sinai em Nova York, em um comunicado.

    (Edição de Christine Soares e Bill Berkrot)

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