Bolsas da Ásia fecham em maioria em queda, com temores por Covid-19 na China
Na quinta-feira, país asiático registrou maior aumento diário de infecções desde início da pandemia
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta sexta-feira (25), pressionadas por temores de que o aumento de casos de Covid-19 e consequente imposição de restrições à atividade na China pese sobre a economia de toda a região.
Na quinta-feira, o gigante asiático registrou seu maior aumento diário de infecções desde o início da pandemia.
O índice Xangai Composto foi exceção no pregão asiático ao subir 0,40%, a 3.101,69 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda de 0,70%, a 1.984,18 pontos.
Já o Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, cedeu 0,49%, a 17.573,58 pontos, em movimento que não foi impedido por novo avanço forte de ações do setor imobiliário, como a Country Garden Holdings (+9,54%), que liderou os ganhos.
“Houve alguma expectativa de que, à medida que o mundo desacelera, a China se recupera”, disse Shuang Ding, economista-chefe para a Grande China e Norte da Ásia do Standard Chartered em Hong Kong.
Agora é improvável que isso aconteça no primeiro semestre do próximo ano, disse ele, diante dos impactos das restrições adotadas recentemente por Pequim para conter o surto mais recente do vírus.
A Oxford Economics avalia que os riscos para a economia chinesa agora apontam para baixo, em relatório.
“Uma retração no consumo privado de magnitude semelhante à do segundo trimestre de 2022 levaria nossa previsão de crescimento anual do PIB para 2022 para a faixa de 2,0 a 2,5%, de nossa estimativa de 3,1% atualmente. Em 2023, uma reabertura mais tardia do que esperamos atualmente (ou seja, para o primeiro semestre de 2024) pode derrubar quase 1 ponto porcentual de nossa previsão de crescimento de 4,2% para 2023”, alerta a casa.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,35%, a 28.283,03 pontos, e o sul-coreano Kospi baixou 0,14%, a 2.437,86 pontos. No Japão, o foco ficou sobre a inflação ao consumidor da capital Tóquio, que acelerou para alta anual de 3,8% em novembro, maior alta em três décadas segundo a Capital Economics.
“Ainda não achamos que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) apertará a política monetária, já que a economia está muito mais instável, como indicado pela surpreendente contração do PIB no terceiro trimestre”, pondera, no entanto.
Entre outros mercados, o índice taiwanês Taiex recuou 0,04%, a 14.778,51 pontos, enquanto o australiano S&P/ASX 200 subiu 0,24%, a 7.259,50 pontos.