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    Governo eleito precisa rever formas de arrecadação para aumentar gastos, diz economista

    Em entrevista à CNN, Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, avalia que é preciso fazer uma revisão dos gastos atuais para que os próximos sejam mais eficientes e bem direcionados

    Tamara NassifThiago Félixda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (22), a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, avaliou que o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa “rever gastos atuais e repensar origem de recursos” para que a PEC do Estouro seja melhor gerida.

    “Se o governo quer ampliar os gastos sem fazer uma revisão dos que são obsoletos, é preciso aumentar a receita e pensar de onde que virão os recursos para a PEC”, comentou ela à CNN.

    “Vou dar o exemplo do próprio Auxílio Brasil, que vai voltar a se chamar Bolsa Família. Como o Cadastro Único está defasado, o Auxílio pode ser redesenhado para que haja uma realocação mais eficiente do mesmo volume de recursos no combate à fome e à pobreza. Caso contrário, é preciso buscar mais fontes de receita. O governo, hoje, com uma dívida de 75% e um custo de dívida ultrapassando 6% em termos reais, tem pouco espaço para trabalhar com déficits e aumentar esse endividamento.”

    Vitória argumenta que a pressa em aprovar a PEC do Estouro impede que o debate de revisão de gastos aconteça.

    “Para rever alguns programas, é preciso de mais tempo para fazer um debate mais amplo e eficiente junto ao Congresso, e de mais estudos sobre alocação de recursos. Por isso, entendemos que um aumento emergencial em torno de R$ 70 bilhões é razoável. Acima disso, é importante que mais estudos sejam feitos”, disse ela.

    Confira a entrevista na íntegra no vídeo acima.

     

     

     

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