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    Ingressos para tour de Taylor Swift têm fila virtual de 5 horas e chegam a R$ 151 mil

    Pré-venda precisou ser adiada após demanda "sem precedentes" em site americano; cantora retorna aos palcos pela primeira vez desde 2018 com 52 shows marcados nos Estados Unidos

    Fabrizio Neitzkeda CNN , São Paulo

    A venda de ingressos para a nova turnê da cantora americana Taylor Swift atingiu demandas consideradas históricas nos Estados Unidos. A abertura das bilheterias online na quarta-feira (16), exclusiva para clientes do banco Capital One, foi marcada por dificuldades no acesso ao site, filas virtuais ultrapassando cinco horas e entradas sendo revendidas a mais de 28 mil dólares – o equivalente a 151 mil reais.

    Após o lançamento em meados de outubro de “Midnights”, o décimo álbum de estúdio de Taylor, a cantora anunciou uma nova turnê com o nome de “Eras”. A tour é a primeira desde 2018 e deve apresentar sucessos de diferentes épocas da carreira da artista. A princípio, 26 shows haviam sido marcados nos Estados Unidos entre os dias 18 de março e 5 de agosto do ano que vem. A alta procura, porém, fez o número de apresentações programadas subir para 52.

    O início oficial da pré-venda estava marcado para a última terça-feira (15), mas precisou ser adiado para o dia seguinte após o site da Ticketmaster – a empresa responsável pela venda dos ingressos – apresentar falhas diante do acesso de milhões de fãs norte-americanos e estrangeiros. A companhia divulgou um comunicado chamando a demanda de “sem precedentes”, com centenas de milhares de ingressos vendidos logo nos primeiros minutos.

    Mesmo pela internet, pessoas interessadas relataram ter passado cerca de cinco horas na fila online para conseguir acesso ao sistema. A situação causou incômodo inclusive entre políticos estadunidenses, com a deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez publicando uma mensagem nas redes sociais criticando o monopólio da Ticketmaster no segmento. “Lembrete diário que a Ticketmaster é um monopólio, a fusão com a LiveNation [produtora dos shows] nunca deveria ter sido aprovada e eles precisam ser controlados”, escreveu.

    Em entrevista à CNN Brasil, a estudante Ashlyn Smith, 20, contou as dificuldades para tentar adquirir entradas para um dos três shows em Tampa, na Flórida, entre os dias 13 e 15 de abril. “Eu cheguei à página de compra após três horas e meia de espera, mas quando adicionei os ingressos ao carrinho virtual, recebi uma notificação e fui enviada de volta ao fim da fila. Depois, esperei outras três horas até avisarem que a pré-venda havia esgotado”. A fã, que mora em Oklahoma e já foi a outros três shows de Taylor, afirmou que deve realizar uma nova tentativa na sexta-feira, data de abertura da venda geral.

    Apreensão para uns, alegria para outros. O esforço da estudante Carly Major, 20, que passou cinco horas no celular tentando realizar a compra, foi recompensado com dois ingressos – um para ela e outro para uma amiga – para a apresentação em Atlanta, na Geórgia. “Foi bastante estressante esperar esse tempo todo na fila. Tive que trocar de sala de aula enquanto olhava o celular procurando pelos bilhetes”, explica a jovem, que lamentou não conseguir levar a mãe para o evento. Prestes a ir ao seu segundo show, ela diz esperar uma mistura das novas músicas com alguns dos hits mais antigos. “É impossível escolher uma canção favorita”, brinca.

    Quem conseguiu ingressos a mais ou mesmo quem não possui interesse em ir ao show, pode tentar revender as entradas em outros sites. Em algumas plataformas, os valores anunciados chegaram a US$ 28,350 mil (R$ 153 mil, seguindo a correção). Para comparação, os ingressos do último Super Bowl, um dos eventos mais populares dos Estados Unidos e que marca a decisão da temporada de futebol americano do país, custavam em média US$ 10,427 mil.

    As 52 apresentações de Taylor programadas para 2023 marcam o retorno triunfal aos palcos de uma das artistas mais aclamadas do século XXI e contarão com a abertura de diversas artistas mulheres, como Phoebe Bridgers e a banda Paramore, liderada por Hayley Williams. Vencedora de 11 prêmios Grammy e com mais de 83 milhões de ouvintes por mês no Spotify, a cantora de 32 anos, carinhosamente chamada de “loirinha” pelos fãs, é a mais escutada na plataforma atualmente. O sucesso estrondoso da turnê fez crescer a especulação de shows pelo mundo inteiro, que devem ser anunciados nas próximas semanas.

    Pelo Brasil, Taylor apresentou-se apenas uma vez, em 2012, em um show único no Rio de Janeiro. À época, ela conduzia a Speak Now World Tour, marcando o terceiro disco da carreira. A passagem pela capital fluminense rendeu um encontro com a sertaneja Paula Fernandes, que participou de um dueto na faixa Long Live, além de recordações e memes que seguem na memória dos “swifties” brasileiros. Um show em São Paulo da Lover Tour estava marcado para julho de 2020, mas foi cancelado por conta da pandemia de Covid-19.

    Mais do que nunca, a fama também vem reverberando fora dos palcos para Taylor, que encontrou novos ares em 2022. Longe de ser uma “Anti-Hero” e cada vez mais vista como “Mastermind” – ambas faixas do novo Midnights – as canções de sua autoria viraram tema de estudo em um curso na Universidade do Texas, em Austin, ao lado de nomes consagrados da literatura como William Shakespeare e John Keats, além de receber um doutorado honorário da Universidade de Nova York. A artista também participou do filme “Amsterdam” – que conta com nomes como Christian Bale, Anya Taylor-Joy e Robert de Niro – e virou fonte de inspiração para um cientista que batizou uma nova espécie de animal invertebrado em sua homenagem.

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