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    Covid-19: 5,5% das crianças de 3 e 4 anos tomaram 2 doses da vacina, diz Fiocruz

    Cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária estão aptas a receber as duas doses da vacina no país

    Cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária estão aptas a receber as duas doses da vacina
    Cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária estão aptas a receber as duas doses da vacina Cristine Rochol/PMPA

    Lucas Rochada CNN em São Paulo

    Até o momento, 5,5% das crianças entre 3 e 4 anos receberam as duas doses da vacina Coronavac contra a Covid-19 no país, de acordo com estimativas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da aplicação do imunizante nessa faixa etária aconteceu há quatro meses.

    Dados do Vacinômetro Covid-19, do Ministério da Saúde, levantados pelo Observa Infância (Fiocruz/Unifase) em 7 de novembro de 2022 mostram que 938.411 crianças de 3 e 4 anos tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 323.965 tomaram as duas doses do imunizante. No total, cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária moram no Brasil e estão aptas a receber as duas doses da vacina.

    “O atraso na vacinação infantil contra a Covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de 2 mortes diárias por Covid-19 entre crianças menores de 5 anos. Desde a aprovação da Pfizer pediátrica pela Anvisa, em 16 de setembro, 26 crianças menores de 5 anos já morreram em decorrência da doença, o equivalente a dois óbitos a cada três dias”, afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini, em comunicado.

    A CNN entrou em contato com o Ministério da Saúde para comentar os resultados do levantamento da Fiocruz e apontamentos sobre atraso na vacinação. Em nota, a pasta afirmou que acompanha atentamente o cenário epidemiológico da Covid-19, assim como o andamento da vacinação em todas as faixas etárias.

    “Até o momento, mais de 519 milhões doses de vacinas já foram distribuídas para todo o Brasil de forma proporcional e igualitária. Além disso, a pasta reforça constantemente, por meio de campanhas de comunicação e ações divulgadas em todos os canais oficiais da pasta, a importância de completar o esquema vacinal com as doses de reforço para garantir a máxima proteção contra o vírus e recomenda que estados e municípios realizem a busca ativa da população que ainda não completou o esquema vacinal”, diz o ministério.

     

    A vacinação dessa faixa etária chegou a ser suspensa em diferentes locais devido à falta de doses.

    Em agosto, o governo do Distrito Federal suspendeu temporariamente a aplicação da primeira dose da Coronavac para crianças. O mesmo aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em pelo menos duas ocasiões, em agosto e em setembro.

    Logo após a autorização de ampliação das faixas etárias aptas à vacinação, a Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo afirmou que o número de doses disponíveis à época era insuficiente para o total de crianças elegíveis.

    Um levantamento realizado pela CNN em outubro apontou que a vacinação contra a doença de crianças de 3 e 4 anos mostra disparidade entre capitais.

    Sobre o estudo

    O levantamento faz parte de um estudo que cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos.

    A pesquisa é coordenada pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), iniciativa conjunta da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).

    As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.