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    À CNN, Tebet defende auxílio fora do teto em 2023 e cobra compromisso fiscal para extensão

    Senadora diz que responsabilidade fiscal é "um meio para se alcançar o social"

    Basília RodriguesCarolina Cerqueirada CNN , Brasília e São Paulo

    A senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada na disputa à Presidência, defendeu em entrevista à CNN que os recursos para o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 fiquem fora do teto de gastos somente em 2023, e cobrou compromissos fiscais do governo para que a ultrapassagem da âncora fiscal dure até 2026.

    “Se for por quatro anos, que se faça o dever de casa. Que se fale ‘eu vou gastar mais nos próximos quatro anos para dar pão a quem tem fome, mas vou assumir compromissos de enxugar a máquina, aprovar reformas estruturantes que façam a economia voltar a crescer’”, disse Tebet, citando a reforma administrativa e a reforma tributária.

    A senadora destacou a importância de equilibrar responsabilidade social com responsabilidade fiscal. “Sabemos que responsabilidade fiscal não é um termo só que os liberais têm como mantra, na realidade a responsabilidade fiscal é um meio para se alcançar o social”.

    “Se não tivermos o mínimo de responsabilidade com o dinheiro público, podemos estar dando o Auxílio Brasil e tirando com uma inflação galopante, com juros altos que vai impactar na paralisação da economia e, com isso, mais desemprego ou mais empregos formais indo para a informalidade”, acrescentou.

    Tebet na equipe de transição

    Tebet encerrou a campanha eleitoral em terceiro lugar, tendo registrado o melhor desempenho de um candidato da chamada terceira via. De volta à Brasília, ela aceitou fazer parte do grupo de transição do governo, como coordenadora da área de Desenvolvimento Social.

    À CNN, ela disse que tem diferenças na área econômica com o PT, mas se aproxima de Lula na área social.

    “Nós temos muitas diferenças, eu não sou do PT, nunca estive com o PT, mas, daquilo que nos assemelha, está a pauta social”, colocou. “Temos, sim, porque sou liberal na economia, algumas divergências na pauta econômica”

    Tebet disse ainda que recebeu pedidos para não manifestar apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.

    “Muitos falaram e chegaram a implorar para mim no sentido de não me manifestar no segundo turno. Não era perda de capital política que estava em jogo, era a democracia. Por isso, aceitei ir para a equipe de transição do presidente eleito Lula”, afirmou.

    Sobre a possibilidade de assumir um ministério no governo Lula, Tebet disse que, caso receba o convite, irá analisar a proposta.

    “Se esse convite for feito, eu, no momento oportuno, vou sentar – inclusive com pessoas que sempre estiveram ao meu lado, e foram poucas na campanha – para, a partir daí, tomar a decisão”

    Segundo Tebet, ela e Lula não discutiram sobre a possibilidade. “Não houve essa conversa, nem do primeiro para o segundo turno”.

    Tebet defende fortalecimento do centro democrático

    Tebet afirmou que um dos objetivos da sua candidatura à Presidência foi “a necessidade do fortalecimento do papel dos partidos de centro no Brasil”.

    “Isso serve para cá e para o mundo. Só existe democracia forte, importante para evitar os extremos, – a extrema direita e a extrema esquerda de chegarem ao poder – quando temos partidos de centro bem constituídos, bem fortalecidos”

    “Minha candidatura era mais política do que eleitoral. Foi sobre plantar a semente para uma colheita coletiva no futuro; nós estamos falando para 2024, para 2026, o fortalecimento do centro democrático”, finalizou.

    Relatório da Lei de Responsabilidade Social

    No Senado, Tebet é relatora de uma proposta com novas diretrizes para a Responsabilidade Social, com foco na definição de metas para redução da pobreza. O texto só não foi lido nesta quarta-feira por falta de quórum na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

    A CNN apurou que o relatório traz as seguintes metas a serem alcançadas ao longo de 3 anos: a taxa geral de pobreza cairia de maneira escalonada anualmente para menos de 12%, 11% e 10%; enquanto a taxa de extrema pobreza iria para menos de 4%, 3% e 2%.

    O texto organiza benefícios já existentes e cria outros divididos em 3 eixos. O primeiro seria de Renda Mínima, para o combate à pobreza crônica, por meio do pagamento do Auxílio Brasil.

    O segundo eixo é a Poupança Seguro Família, que serviria de incentivo às pessoas que temem perder o benefício, caso consigam emprego. A ideia é que os beneficiários deixem a informalidade e, mesmo assim, continuem a receber algum tipo de ajuda social.

    O governo iria se comprometer a depositar cerca de 15% do salário recebido pelo beneficiário em uma poupança, por meio de títulos do tesouro direto. No caso de Microempreendedor Individual (MEI), o dinheiro depositado serviria de garantia para microcrédito.

    O terceiro benefício é o Poupança Mais Educação, para incentivar jovens a concluir o ensino médio. Este ponto chegou a ser trazido por Tebet como promessa de campanha à presidente e prevê que os jovens teriam acesso uma poupança em títulos do tesouro, para sacar ao final do ensino médio.

    *Colaborou Isabela Filardi

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