Aliados de Lula defendem rediscussão do status ministerial do GSI
Pasta deixou de ser ministério em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, mas voltou a ter status ministerial com Michel Temer
Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, um grupo de dirigentes petistas tem defendido uma rediscussão do status ministerial do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
A pasta é sediada no Palácio do Planalto e é responsável por analisar questões com potencial de risco e coordenar atividades de inteligência federal.
Em 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff, a pasta que costuma ser chefiada por um militar foi incorporada pela Secretaria de Governo, perdendo o status ministerial, que lhe foi devolvido por Michel Temer.
Para o terceiro mandato de Lula, dirigentes petistas têm defendido que o gabinete volte a ter formato de Casa Militar, como era antes de 1999, respondendo diretamente à Presidência da República.
A avaliação feita à CNN é de que a perda do status ministerial poderia servir como um gesto político, já que o segmento militar ampliou a sua participação no primeiro escalão do governo federal durante a gestão de Jair Bolsonaro.
A ideia seria, assim, fazer uma espécie de contraponto à atual gestão, com uma Esplanada dos Ministérios formada apenas por nomes civis, já que o petista já disse que o próximo ministro da Defesa não será um militar.
De acordo com aliados do presidente, porém, Lula ainda não tomou uma decisão e só deve definir o formato da Esplanada dos Ministérios a partir do final deste mês.
A perda do status ministerial também não é consensual no governo de transição.
Há um receio de que o gesto possa ser interpretado como um revanchismo pelo Alto Comando das Forças Armadas, criando resistência desnecessária com a nova gestão.
Nesta quinta-feira (10), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin deve anunciar os nomes que irão compor o grupo técnico “inteligência estratégica”.
A área será coordenada pelo general Marco Edson Gonçalves Dias, cotado para conduzir o GSI no futuro governo.
A CNN apurou que o senador Jaques Wagner (PT) foi um dos fiadores da escolha.
A escolha reforça a influência do ex-governador da Bahia nas definições relacionadas a Defesa, pasta que é aventado para assumir.