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    Eleições nos EUA: veja quem são os vencedores e os perdedores até agora

    Contagem de votos continua em diversos locais; até o momento, democratas se mantiveram firmes na Câmara, apesar de correrem o risco de se tornar minoria

    Chris Cillizzada CNN

    Que noite!

    As eleições de meio de mandato nos Estados Unidos de 2022 já aconteceram e, embora a contagem de votos continue em muitos lugares e ainda haja muitas disputas indefinidas, o resultado não foi o que a maioria dos analistas políticos esperava.

    Esperava-se que os democratas sofressem perdas consideráveis na Câmara, mas eles parecem ter-se mantido firmes, apesar de provavelmente acabarem virando minoria.

    Já a batalha pelo controle do Senado é uma disputa acirrada, com os democratas tendo conseguido virar um único assento até agora, na Pensilvânia. Ainda é cedo para anunciar os resultados das principais corridas eleitorais no Arizona e em Nevada, e a projeção da CNN é que a disputa pelo Senado na Geórgia vá para o segundo turno, no dia 6 de dezembro.

    Abaixo, alguns dos maiores vencedores e perdedores das ‘midterms’ até o momento.

    Vencedores

    Ron DeSantis: em uma noite decepcionante para os republicanos, o governador da Flórida foi um destaque de peso. Ele ganhou de lavada do ex-governador Charlie Crist e levou o segundo mandato.

    A vitória — e a margem pela qual ele ganhou — poderia muito bem servir como trampolim para as ambições nacionais de DeSantis, pois abrem caminho para o argumento de que ele pode fazer pelo país o que acabou de fazer na Flórida. DeSantis tirou conclusões apressadas na esteira de sua vitória, chamando-a de “uma conquista histórica” (veja bem…) e a Flórida do estado “onde a ‘lacração da esquerda’ vai morrer” (certo). Obviamente, DeSantis sai das eleições em uma maré positiva, e o Partido Republicano quer ver o que ele vai fazer a seguir.

    Josh Shapiro: se a ideia é encontrar a próxima geração de astros do Partido Democrata, Shapiro é o cara, alguém que conquistou com facilidade a vitória na corrida pelo governo da Pensilvânia na última terça-feira (8).

    Shapiro é articulado, brilhante e claramente provou que tem força entre os eleitores em um estado pêndulo. A vitória de Shapiro também é um ganho para a segurança eleitoral. O governador da Pensilvânia é quem nomeia o coordenador das eleições no estado, e o oponente de Shapiro — o republicano Doug Mastriano — foi um negacionista das eleições de 2020.

    Marjorie Taylor Greene: se os republicanos tivessem conquistado a onda que tantos previam no período que antecedeu a eleição, o partido estaria prestes a desfrutar de uma confortável maioria de assentos. Mas parece que não é isso que está acontecendo no país.

    O resultado mais provável — e ainda há muitas disputas-chave indefinidas — deve ser uma estreita maioria republicana. Isso seria uma boa notícia para Greene e seus colegas da Bancada da Liberdade na Câmara.

    Como esse grupo representa um bloco sólido de votos, Greene e seu séquito poderiam manter seu apoio da liderança republicana para conseguir concessões e obter vantagens. Nesse cenário, qualquer republicano no posto de presidente da casa — sendo Kevin McCarthy o favorito — teria de ter a certeza de estar de acordo com a Bancada da Liberdade antes de qualquer votação importante.

    Simon Rosenberg: Rosenberg, um estrategista democrata de longa data, vivia dizendo que a aparente onda republicana nas últimas semanas da corrida eleitoral era enganosa — e alimentada por uma série de pesquisas patrocinadas pelos republicanos, que moviam as médias de votação para favorecer seu partido. E ele tinha razão. Ponto final.

    Gretchen Whitmer: a governadora de Michigan teve altos e baixos durante seu primeiro mandato. Na terça-feira, contudo, ela venceu o republicano Tudor Dixon, liderando por quase 10 pontos na manhã de quarta-feira (9). Whitmer, que estava na lista de possibilidades de Joe Biden para vice-presidente em 2020, solidificou seu status como uma força a ser lembrada no futuro do Partido Democrata.

    Sarah Huckabee Sanders: a ex-secretária de imprensa da Casa Branca no governo Trump conseguiu uma vitória nas eleições para se tornar a próxima governadora do Arkansas. Era de se esperar. Agora vamos ver o que Sanders vai fazer para expandir seu apelo para além das fronteiras do estado. Ela com certeza é alguém que vai estar no grupo de candidatos nacionais em algum momento num futuro próximo.

    Joe Manchin: não importa o que aconteça nas demais corridas para o Senado, o que sabemos é: a maioria da casa vai ter uma margem muito estreita — de novo. Isso significa que Manchin, o democrata de West Virginia, provavelmente será, mais uma vez, um voto decisório em propostas críticas nos próximos dois anos.

    E, se tomarmos os últimos dois anos como base, é uma posição de muito poder. E mais: Manchin vai concorrer à reeleição para um terceiro mandato em 2024…

    Perdedores

    Donald Trump: é difícil imaginar que as coisas possam piorar ainda mais para o ex-presidente na noite de terça-feira. Os republicanos não varreram o país com sua onda republicana, e a ascensão de DeSantis foi uma das grandes manchetes do dia da eleição. (Sem contar o fato de que o governador da Geórgia, Brian Kemp, e o secretário de Estado, Brad Raffensperger, dois republicanos que provocaram a ira de Trump, ganharam a reeleição).

    E dá pra ver que Trump está ficando nervoso com DeSantis, já que resolveu enviar um aviso sobre a corrida presidencial de 2024 na terça-feira (8). Não acho que nada — nem mesmo os resultados de ontem à noite — mudará a trajetória de Trump em 2024. Mas, apesar de toda a sua agitação (e haverá muito mais disso), é claro que terça não foi a noite que Trump esperava.

    Beto O’Rourke: O’Rourke ficou aquém de seu desafio ao governador do Texas Greg Abbott na noite de terça-feira, ou seja, ele já perdeu três eleições consecutivas: 1) a corrida ao Senado de 2018 para Ted Cruz; 2) as primárias presidenciais democratas de 2020; 3) e a corrida para governador de 2022.

    Na política, assim como no beisebol, normalmente são três strikes e você está fora. É difícil imaginar O’Rourke concorrendo a outro cargo tão cedo — foi uma derrota marcante para alguém que era considerado uma estrela democrata em ascensão apenas alguns anos atrás.

    Stacey Abrams: Falando de estrelas que perderam seu brilho, a democrata da Geórgia perdeu a corrida para o governo do estado de forma definitiva, pois não conseguiu replicar a coalizão que a aproximou da vitória há quatro anos.

    Abrams, que emergiu da primeira corrida eleitoral junto com a raiva entre os democratas no país inteiro, parecia muito menos impressionante desta vez. E com duas derrotas em suas duas disputas mais recentes, é difícil ver como ela fará um retorno político.

    Charlie Crist: é difícil imaginar que os democratas não estão arrependidos de sua decisão de nomear o ex-governador republicano como candidato de seu partido contra DeSantis. Crist, que perdeu o governo para Rick Scott em 2014, nunca teve uma chance contra DeSantis e criou quase nenhuma resistência ao longo da campanha. Este parece ser o fim da linha para Crist no mundo político da Flórida.

    Kevin McCarthy: sim, é estranho ter o homem que pode ser o próximo presidente da Câmara na categoria de perdedores. Mas pensem na situação de McCarthy se os republicanos ganharem o controle da Câmara e ele for o escolhido para liderar o partido: uma maioria estreita controlada — ou pelo menos fortemente influenciada — pelos representantes mais extremistas de seu partido. (Ver o tópico sobre Marjorie Taylor Greene acima.) Essas forças teriam uma forte vantagem sobre todo voto que McCarthy tentasse propor. Conseguir fazer qualquer coisa — e ainda mais com o que a Bancada de Liberdade na Câmara quiser, como um impeachment de Biden — será complicado.

    Expansão do mapa republicano no Senado

    Na reta final da campanha, alguns estrategistas republicanos do Senado sugeriram que o partido poderia colocar três estados — New Hampshire, Colorado e Washington — em jogo, criando mais caminhos para uma maioria.

    Nenhuma das três corridas eleitorais chegou perto. Os incumbentes democratas não só ganharam, mas também estavam liderando por dois dígitos na manhã de quarta-feira.

    Negacionistas eleitorais

    Diversos negacionistas eleitorais concorrendo ao governo em todo o país ficaram no lado dos perdedores. Em Wisconsin, Tim Michels perdeu. No estado do Michigan, Dixon ficou aquém. Mastriano perdeu feio na Pensilvânia. Ditto Dan Cox, em Maryland. E Darren Bailey em Illinois também. A CNN ainda não anunciou o resultado da corrida pelo governo do Arizona, mas a republicana Kari Lake está atrás.

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