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    Biden diz que a “onda republicana” prevista não aconteceu nas eleições

    Presidente dos Estados Unidos afirmou que foi "um bom dia para a democracia" a votação para as eleições de meio de mandato

    Clare ForanKevin LiptakTiago Tortellada CNN

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abriu seu discurso na tarde desta quarta-feira (9) classificando as eleições de meio de mandato como “um bom dia para a democracia” e um “bom dia para a América”.

    “O povo americano falou, isso mostra que a Democracia é quem somos”, disse o presidente. Ele acrescentou que a eleição aconteceu “sem muita interferência”.

    Embora reconhecendo que todos os resultados não estão disponíveis, Biden passou a discutir os que conhecemos nesta fase.

    “Enquanto a imprensa e especialistas estão prevendo uma onda vermelha gigante [vitória majoritária do Partido Republicano], isso não aconteceu. Eu sei que você ficou um pouco irritado com meu otimismo obsessivo, mas me senti bem durante todo o processo”, destacou.

    Biden afirmou que qualquer assento perdido por seu partido é doloroso, mas que os ele “perdeu menos cadeiras na Câmara dos Deputados do que a primeira eleição de meio de mandato de qualquer presidente democrata nos últimos 40 anos”.

    Frustração de eleitores

    O presidente também abordou as frustrações dos eleitores, apesar de os democratas terem um desempenho melhor do que o esperado nesta temporada eleitoral, durante seus comentários da Casa Branca, ponderando: “Entendo”.

    “Os eleitores também deixaram claro que ainda estão frustrados. Eu entendo. Entendo que foram anos muito difíceis neste país para tantas pessoas”, colocou Biden.

    Ele passou a listar as maneiras pelas quais seu governo está enfrentando obstáculos como a pandemia de Covid-19 e uma economia cambaleante.

    “E nós estamos apenas começando. O interessante é que tudo isso vai realmente ficar claro para as pessoas no mês de – nos meses de janeiro, fevereiro, março do próximo ano. Está apenas começando. Então estou otimista sobre como o público será ainda mais compreensivo com o que fizemos”, afirmou Biden.

    Preparado para trabalhar com Republicanos

    Joe Biden sinalizou como ele tentaria trabalhar se os republicanos ganharem maioria na Câmara, mas deixou claro que há algumas questões que ele não vai fazer concessões. A CNN ainda não projetou o controle da Câmara.

    “Estou preparado para trabalhar com meus colegas republicanos. O povo americano deixou claro, eu acho, que eles esperam que os republicanos estejam preparados para trabalhar comigo também”, destacou.

    Biden indicou que espera que continue a haver cooperação para entregar ajuda à Ucrânia. “Na área de política externa, espero que continuemos uma abordagem bipartidária de enfrentar a agressão da Rússia na Ucrânia”, ressaltou.

    O presidente também pontuou o que ele não quer ver acontecer. “Não vou apoiar nenhuma proposta republicana que vá piorar a inflação” e “não vou me afastar dos compromissos históricos que acabamos de fazer para enfrentar a crise climática”, advertiu.

    Ganhar a maioria na Câmara daria aos republicanos o poder de definir a agenda na Casa. Os republicanos da Câmara também teriam poder de intimação e controle sobre comitês poderosos – e deixaram claro que fariam das investigações sobre o governo Biden uma prioridade.

    Na frente legislativa, haveria algumas questões políticas obrigatórias – como o financiamento do governo – que testariam a capacidade de republicanos e democratas de trabalharem juntos se o Partido Republicano controlar a Câmara.

    Questionado se ele acreditava que a “febre de apoiadores de Trump” foi rompida, Biden disse: “Não acho que vamos quebrar a febre dos mais fervorosos republicanos do MAGA [Make America Great Again — lema adotado por Donald Trump]. Mas acho que eles são mais minoria do Partido Republicano”.

    Controle da Câmara

    O presidente foi questionado sobre o comentário do líder do Partido Republicano na Câmara, Kevin McCarthy, ontem à noite, de que os republicanos vão conseguir ter a maioria da Câmara.

    Biden respondeu que acha que os democratas ainda têm a possibilidade de manter a Câmara, mas observou que “será próximo”.

    “É um alvo em movimento agora, mas vai estar muito perto”, disse o presidente em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (9).

    Ele foi questionado sobre seu relacionamento com McCarthy, pontuando que não falou muito com ele, mas que acredita que vão conversar ainda hoje.

    Em termos de como eles trabalharão juntos no futuro, Biden disse: “sempre há pessoas suficientes na outra equipe, seja democrata ou republicano, que o partido oposto possa apelar, talvez selecioná-los para obter ajuda”.

    Planos para as próximas eleições

    O presidente dos Estados Unidos também observou que continua sendo sua intenção concorrer à reeleição em 2024.

    Questionado sobre como ele interpreta os resultados destas eleições em termos de busca por outro mandato – e se os resultados o tornam mais provável – o presidente disse que eles não afetaram o pensamento dele e de sua família.

    “Nossa intenção é concorrer novamente. Essa tem sido nossa intenção. Independentemente do resultado desta eleição”, destacou Biden em coletiva na Casa Branca depois de brincar que sua esposa Jill, que estava sentada na plateia, seria mais popular do que ele no Partido Democrata.

    Questionado sobre quando poderá anunciar sua candidatura à reeleição, o presidente disse que é possível que o faça no início do ano que vem.

    “Meu palpite é que espero que Jill e eu tenhamos tempo para realmente fugir por uma semana ou entre o Natal e o Dia de Ação de Graças. E meu palpite é que seria no início do ano que vem que faremos esse julgamento”, ponderou.

    Ele chamou a decisão de “decisão familiar”.

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