Estudo: Brasil tem 57 mil mortes ao ano ligadas ao consumo de ultraprocessados
À CNN Rádio, o pesquisador Leandro Rezende explicou que alimentos ultraprocessados correspondem a 20% das calorias ingeridas pelos brasileiros
No Brasil, 57 mil mortes ao ano estão associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados.
Os dados constam em um estudo em conjunto da Universidade Federal de São Paulo, Universidade de São Paulo, Fiocruz e da Universidad de Santiago de Chile.
À CNN Rádio, o professor da UNIFESP Leandro Rezende, um dos autores da pesquisa, explicou qual foi a metodologia utilizada.
“A partir da pesquisa de orçamentos familiares, conduzida pelo IBGE, pudemos obter informações de que aproximadamente 20% das calorias ingeridas pelos brasileiros vêm dos ultraprocessados.”
Ele destaca que há diversos levantamentos científicos que apontam a alimentação deste tipo com aumento do risco de doenças crônicas e mortalidade.
Além das 57 mil mortes atribuíveis a este tipo de dieta, o estudo quantificou quantas poderiam ser evitadas com uma mudança no padrão de consumo.
“Por exemplo, se reduzirmos pela metade o consumo de alimentos ultraprocessados, 29 mil mortes por ano seriam evitadas”, disse.
O que são os ultraprocessados
O pesquisador explicou que esses alimentos ultraprocessados apresentam baixíssimo perfil nutricional.
“Eles podem ser comidas ou bebidas, não são propriamente alimentos, são produzidos industrialmente, com alto nível de açúcar, óleo, gordura, aditivos, corantes e outras substâncias.”
Entre esses alimentos, estão refrigerantes, bebidas lácteas, salgadinhos de pacote, lasanhas congeladas, sorvetes, doces e bolachas.
De acordo com Rezende, a mudança na rotulagem dos alimentos, que deve apresentar com mais clareza os ingredientes, é um caminho que funciona para diminuir o consumo de ultraprocessados.
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*Com produção de Isabel Campos