Atlético-MG perde em casa para o Botafogo e se complica para ir à Libertadores
Derrota deixa o Galo em oitavo lugar e recoloca o time carioca na briga pela classificação ao torneio continental
O Atlético-MG se complicou na briga por uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores. No Mineirão, perdeu por 2 a 0 para o Botafogo, nesta segunda-feira (7), na partida que encerrou a 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Victor Sá e Tiquinho Soares marcaram os gols da partida, ambos no segundo tempo, reacendendo o sonho do time carioca de disputar a competição continental em 2023.
Com a derrota, o Atlético-MG não só desperdiçou a chance de entrar no G6, a zona de classificação à fase de grupos da Libertadores, como deixou o sétimo lugar, posto que ocupava desde a 20ª rodada do Brasileirão, sendo agora o oitavo colocado, com 52 pontos, o que lhe dá, hoje, a última vaga nas etapas preliminares da competição.
O resultado, aliás, esquenta de vez a briga para ir à Libertadores. Afinal, a duas rodadas do fim do Brasileirão, o Athletico-PR é o sexto colocado, com 54 pontos, sendo seguido de perto por América-MG e Atlético-MG, ambos com 52, mas também por São Paulo, com 51, e agora, o Botafogo, com 50.
A derrota, diante de 31.160 torcedores no Mineirão, encerrou uma série invicta de 12 jogos do Atlético-MG como mandante contra o Botafogo, que não superava o Galo fora de casa desde 2011. Além disso, confirma o ótimo desempenho do time do Rio como forasteiro no Brasileirão, com 5 vitórias e 2 empates nos 7 compromissos mais recentes.
E o jogador decisivo para o triunfo botafoguense foi Tiquinho. Afinal, marcou seu 5º gol em 12 jogos pela equipe carioca, fechando o placar em 2 a 0, depois de dar a assistência para Victor Sá abrir o placar no Mineirão.
Como foi o jogo
ara o confronto com o Botafogo, Cuca fez três mudanças na formação do Atlético-MG, sacando os jogadores que haviam deixado a equipe no intervalo do confronto anterior, com o São Paulo: Guga, Junior Alonso e Ademir. E assim como naquela noite, promoveu as entradas de Mariano e Réver no sistema defensivo.
Os experientes jogadores, porém, não eram titulares há algum tempo: enquanto o lateral não iniciava uma partida desde a 29ª rodada do Brasileirão, o zagueiro havia começado jogando pela última vez na 25ª.
Já a outra novidade do Galo foi Nacho Fernández, que estava suspenso do compromisso anterior. O Botafogo, por sua vez, foi bem mais modesto nas mudanças. Só fez uma, trocando Victor Sá por Patrick de Paula com a intenção de reforçar a marcação no meio-campo.
E a mudança do Botafogo deu o tom da primeira etapa no Mineirão. O sistema defensivo do time carioca acabou prevalecendo diante da maior posse de bola do Atlético-MG, que buscou explorar as jogadas pelas laterais. Até teve um início melhor, mas insuficiente para abrir vantagem.
A tentativa de pressão no começo rendeu um chute perigoso, de Mariano, logo aos dois minutos. E o Atlético-MG ainda esteve perto de marcar pouco depois. O time reclamou de um gol anulado de Vargas, por impedimento apontado pelo VAR, de Dodô, que havia feito o cruzamento decisivo, aos 13. E, na sequência, aos 16, numa jogada em que Zaracho driblou Gatito Fernández, o disparo do argentino saiu sem direção.
Depois disso, o Atlético-MG ficou travado em campo. E se o Botafogo perdeu seu goleiro, lesionado, nesse lance, sendo substituído por Lucas Perri, o time conseguiu sustentar o 0 a 0. Mas encaixou poucos contra-ataques, só ameaçando em um cabeceio de Cuesta, aos 4 minutos, e em um disparo do meio-campo de Tiquinho, após passe errado de Allan, aos 26. Ainda assim, até finalizou mais vezes do que o Galo – 5 a 3 – na primeira etapa. Porém, nenhuma tentativa acertou as metas.
A primeira vez que um goleiro, de fato, trabalhou foi logo aos 5 minutos do segundo tempo, quando Keno acionou Vargas. O chileno dominou ajeitando para finalizar de esquerda, mas parou em Lucas Perri. E o lance representou o começo de uma pressão atleticana. Aos 12, Keno perdeu chance clara, acertando a trave de frente para o goleiro botafoguense, que viu a bola voltar em suas mãos. Já aos 13, a finalização, perigosa, foi de Vargas, mas para fora.
Com o Botafogo pressionado, Luís Castro tratou de mexer na sua equipe, apostando em Victor Sá e Luís Henrique. E como o gol não saía do outro lado, Cuca também mudou o Atlético-MG, acionando Ademir e Pavon, nos lugares de Nacho e Keno. Ainda promoveu a estreia entre os profissionais de Yan Phillipe, de 18 anos, na vaga de Zaracho.
Só que as trocas do Botafogo surtiram mais efeito. Se aproveitando de um dos muitos erros de passe do Galo, encaixou contra-ataque aos 30 minutos. Luis Henrique foi lançado na ponta esquerda e encontrou Tiquinho na grande área. Ele tocou para trás e Victor Sá chegou batendo de primeira, mandando a bola no ângulo direito: 1 a 0.
A desvantagem irritou a torcida atleticana, que começou a vaiar o time. E Cuca, em uma última tentativa, acionou Rubens e Calebe. Mas quem marcou, de novo, foi o Botafogo. Aos 39 minutos, Lucas Fernandes ganhou disputa com Allan e cruzou para Tiquinho, que subiu mais do que Rubens, fazendo 2 a 0.
Em desvantagem, o Atlético-MG se lançou todo ao ataque no fim. Até teve uma chance, perdida por Pavon, mas acabou sendo muito pouco para evitar a derrota no Mineirão.
Agenda
Após o duelo desta segunda, os times voltarão a campo na próxima quinta-feira (10) para compromissos da penúltima rodada do Brasileirão. E ambos serão mandantes. O Atlético-MG terá pela frente o Cuiabá, no Mineirão, enquanto o Botafogo vai receber o Santos, no Nilton Santos. Os jogos começam às 20 horas.