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    Ibovespa fecha em leve baixa, de 0,03%; dólar fica estável, a R$ 5,12

    Moeda norte-americana oscilou ao longo do dia para encerrar com valorização de 0,07%; desde resultado das eleições, moeda acumula queda de 3,40% frente ao real

    Ana Carolina Nunesdo CNN Brasil BusinessReuters , da Reuters

    Ibovespa encerrou perto da estabilidade nesta quinta-feira (3), em território negativo de 0,03%, aos 116.896,36 pontos, operando ao longo do dia em leve alta,  após uma abrir no negativo. Ações de varejistas puxaram o índice para cima, como Méliuz (7,32%), Magazine Luiza (6,8%), Americanas (3,9%) e Multiplan (3,22%).

    O dólar também fechou rondando a estabilidade, mas no campo positivo, de 0,07%, negociado a R$ 5,121, contrariando a valorização da moeda norte-americana no exterior, com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuando a levantar a perspectiva de ingresso de investimentos estrangeiros no Brasil, enquanto a redução de bloqueios nas rodovias nacionais foi motivo de alívio para os mercados.

    A sessão foi marcada pela oscilação ao longo das negociações, com a moeda atingindo máxima de R$ 5,225, alta de 2,09%, e mínima de R$ 5,086, baixa de -0,63%. Nos três pregões desde o resultado das eleições, o dólar acumula queda de 3,40% frente ao real.

     

    Dólar

    Nos dois pregões que sucederam às eleições, o dólar perdeu 3,47%, tombo que investidores atribuíram ao risco baixo de contestações bem-sucedidas do processo eleitoral e à visão benigna de agentes estrangeiros sobre o presidente eleito Lula, cuja agenda é bem alinhada à governança social e ambiental.

    Também fornecia suporte ao real a redução de bloqueios em estradas do país, depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou vídeo pedindo a seus apoiadores que desobstruam as rodovias. Ainda que em menor escala, protestos de cunho golpista, que pregam o desrespeito ao resultado das eleições e pedem uma intervenção militar, seguiam em algumas partes do país, sendo Mato Grosso e Santa Catarina os Estados mais afetados.

    “Esperamos, no curto prazo, a diminuição das incertezas com relação aos protestos e a mitigação de impactos negativos sobre a atividade econômica. A tendência é que os investidores voltem a dar maior ênfase à transição de governo e às especulações sobre quem assumirá o comando da pasta econômica no terceiro mandato de Lula”, disse a Levante Investimentos em nota a clientes.

    A equipe de transição de Lula propôs nesta quinta a aprovação pelo Congresso de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para criar uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem para o próximo governo que assumirá em 1º de janeiro.

    A definição sobre os valores embutidos na PEC vai ficar para a próxima semana, disse o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), após participar de uma reunião com o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), parlamentares e a equipe de transição.

    Já o salto do dólar frente ao real visto mais cedo nesta quinta-feira foi atribuído por investidores a um ajuste a movimento internacional visto na véspera, quando os mercados brasileiros ficaram fechados devido ao feriado do Dia de Finados.

    Na quarta-feira, a moeda norte-americana disparou globalmente e as ações listadas nas principais bolsas foram derrubadas pela indicação do chair do Fed, Jerome Powell, de que os juros básicos do banco central dos Estados Unidos podem fechar o atual ciclo de aperto monetário em patamar mais alto do que o estimado anteriormente.

    O Fed subiu os custos dos empréstimos na quarta-feira em 0,75 ponto percentual, conforme o esperado, e sinalizou que pode desacelerar o ritmo de altas a partir de dezembro, um movimento que, a princípio, seria positivo para ativos considerados arriscados. No entanto, Powell alertou que ainda há incertezas sobre até onde os juros precisam subir e que eles podem acabar ficando acima do que as autoridades estimaram em seu encontro de setembro.

    O Citi disse em relatório que a sinalização recente do Fed “está de acordo com uma perspectiva de alta do dólar”, embora tenha destacado a América Latina como uma região melhor preparada para o impacto de juros mais altos nos Estados Unidos, já que a maioria de suas moedas locais oferece retornos (“carry”, em inglês) atraentes.

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