Autoridade ocidental diz que guerra enfraqueceu Putin, mas é improvável que saia do Kremlin tão cedo
Invasão à Ucrânia mudou percepções sobre longa permanência de Putin no poder e sociedade tem discutido sucessão; eleições russas ocorrem em 2024
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está enfraquecido pelo que o Ocidente acredita ter sido sua decisão equivocada de invadir a Ucrânia, mas é improvável que haja qualquer mudança de poder no topo da Rússia em breve, disse uma autoridade ocidental – sob condição de anonimidade – nesta quarta-feira (2).
Após mudanças na constituição do país em 2020, observadores da Rússia esperavam que Putin governasse até 2036. No entanto, a invasão à Ucrânia mudou as percepções.
“Ele foi enfraquecido por este erro realmente catastrófico”, disse a autoridade ocidental, que falou sob condição de anonimato. Em sua avaliação, a guerra fortaleceu o Estado ucraniano e levou à ampliação da aliança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“Estamos vendo os militares russos humilhados no campo de batalha pela Ucrânia, disse. “As pessoas podem ver que ele cometeu um grande erro”.
Embora seja improvável que haja uma mudança na liderança do Kremlin em breve, o funcionário acredita que parte da sociedade russa está pensando na sucessão. A próxima eleição presidencial da Rússia está marcada para 2024 e Putin ainda não disse se vai concorrer novamente ou não.
“As pessoas estão falando mais sobre sucessão, estão falando mais sobre o que vem a seguir, estão imaginando uma vida além. Mas o que não estou fazendo é sugerir que isso seja tão cedo”, disse a autoridade ocidental.
O Kremlin, que se recusou a comentar imediatamente os comentários da autoridade ocidental, diz que Putin é de longe o político mais popular da Rússia e venceu quatro eleições presidenciais.
Após o início da guerra e a imposição de severas sanções a Moscou por parte do ocidente, Putin afirma que a Rússia está se voltando para a Ásia, em particular para a China, depois de séculos olhando para o Ocidente como fonte de crescimento econômico e tecnologia.
*Editada por Andrew Osborn, da Reuters