Homem envolvido em confusão diz que Zambelli reagiu ao ouvir “te amo, espanhola”
Deputada federal sacou uma arma na saída de um restaurante em São Paulo e correu atrás do rapaz que a ofendeu; parlamentar diz ter sido agredida
O homem perseguido pela deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) na tarde deste sábado (29) em São Paulo afirmou à CNN que a confusão teve início depois de ele ter gritado “te amo, espanhola” para a parlamentar.
A mensagem é uma referência a uma fala do senador Omar Aziz (PSD-AM) durante a CPI da Covid-19, no ano passado. Na ocasião, após troca de ataques entre Zambelli e o senador, Aziz publicou em seu Twitter um trecho da música “Espanhola”.
De acordo com o rapaz, que preferiu não ser identificado, ele estava saindo de uma festa com amigos na região da avenida Paulista e usava um boné do MST quando foi encarado pela parlamentar e sua comitiva. Nesse momento, ele admite que xingou a deputada.
“Quando eu estava saindo da discussão, eles começaram a me xingar também. Aí, eu falei aquela fala do Omar Aziz, da CPI da Covid, que ele falou sobre a Zambelli: ‘Te amo, espanhola'”, afirmou o rapaz. “Foi nessa hora que ela tropeçou e perdeu completamente a linha. Dois ou três [integrantes da comitiva] sacaram a arma ali. Um deles atirou em mim e quase pegou na minha perna.”
O jovem afirma que em nenhum momento houve qualquer tipo de agressão física ou “cuspida” por parte dele em direção a Zambelli. Ao ver que a deputada e mais um homem que a acompanhava correram em sua direção com armas em punho, ele saiu correndo e se escondeu num bar. Ele disse ter sido agredido por pessoas que estavam no comércio. “Eu saí correndo, pensava que ia morrer”, relata.
Procurada pela CNN, a Polícia Militar afirma que foi acionada por volta de 16h30 para atendimento de uma ocorrência na alameda Lorena, nos Jardins. “No local, uma deputada federal informou que estava em um restaurante quando passou a ser ofendida e empurrada por pessoas não identificadas, motivo pelo qual sacou a pistola que portava. O caso será apresentado ao plantão do 78º DP (Jardins), em funcionamento no prédio do 4º DP (Consolação), para registro do boletim de ocorrência e devidas providências de polícia judiciária”, informou a PM.
O que diz a deputada
Por meio de nota, Carla Zambelli diz ter sido “vítima de uma agressão”. Ela relata que estava no restaurante com o filho dela, de 14 anos, quando observou uma “movimentação estranha pelas imediações”.
A nota diz que, “ao sair do restaurante, vários homens e uma mulher começaram a cuspir na deputada” e que ela foi xingada na sequência. Testemunhas locais informaram que o grupo gritava o nome de [Luiz Inácio] Lula [da Silva, do PT]”, acrescenta a assessoria da parlamentar.
A deputada diz ainda que “após cair no chão, numa fração de segundos, a deputada examinou o fluxo de pessoas, sacou uma arma da cintura e acelerou em direção ao agressor, que entrou num bar. Não houve disparos, mas Carla ficou com hematomas nas pernas após o ataque”.
A assessoria de Carla Zambelli garante que a deputada possui registro de arma de fogo para defesa pessoal e que a “resolução do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] que proíbe o porte aplica-se apenas aos CACs, ou para ingresso de armas em seções eleitorais”. “Após o incidente, Carla Zambelli registrou boletim de ocorrência contra os agressores.”
Ainda de acordo com a assessoria da deputada, Zambelli teve dados pessoais vazados em perfis do Twitter na última sexta-feira (28) e que vem recebendo “milhares de ligações e mensagens ofensivas de desconhecidos”.
(*Sob supervisão)