IPCA-15 deve ficar positivo, mas próximo de zero, aponta economista
Segundo André Braz, coordenador do Índice de Preços do FGV Ibre, prévia da inflação deve ser impactada por redução menos intensa da gasolina e por alta dos alimentos in natura
Após dois meses seguidos de deflação no Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, a expectativa é que a taxa volte a ficar positiva em outubro, mas ainda próxima de zero, com variação de até 0,1%.
Essa é a projeção do economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
Às 9h desta terça-feira (25), o IBGE divulgará o IPCA-15 oficial de outubro. Braz aponta que a gasolina, que puxou os dois últimos recuos, caiu menos neste mês, em torno de 5,5%, já que a Petrobras não anunciou novas reduções e foi encerrado o efeito da limitação da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, inclusive, apontam a segunda semana seguida de aumento no combustível, cujo preço médio do litro subiu de R$ 4,79 para R$ 4,88 nesse período.
Braz também destaca que, após o grupo de alimentos ter uma leve queda da inflação, já tende a mostrar uma nova alta dos preços em outubro, especialmente por conta dos alimentos in natura. “A oferta começa a ficar comprometida à medida que a temperatura sobe”, destaca o economista.
Em agosto, o IPCA-15 foi de -0,73%, já em setembro ficou em -0,37%. No mês anterior, o grupo de transportes impulsionou a deflação, com quedas na gasolina, diesel e gás veicular.
Em setembro, também foram registradas reduções no grupo de comunicação, por conta do preço mais em conta dos planos de telefonia e internet. Já alimentação e bebidas tiveram a redução puxada pelo barateamento do leite, óleo de soja e tomate.
Nesta segunda-feira (24), pela 17ª semana seguida, o mercado reduziu a projeção da inflação para este ano. O novo boletim Focus apontou uma variação de 5,60%, ante a expectativa anterior de 5,62%. O centro da meta para a inflação oficial de 2022 é de 3,5%.