Queda de reservas é reflexo da política monetária nos EUA, diz técnico do BC
Movimento tem ocorrido por conta das variações nos valores de títulos
O movimento de redução do estoque das reservas internacionais brasileiras, que está no menor patamar em mais de 11 anos, tem ocorrido por conta das variações nos valores de títulos, sob efeito do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira (24) o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.
Segundo ele, houve perda de valor dos papéis por paridade do dólar, com a valorização da moeda norte-americana em relação a outras moedas, em meio à alta de juros nos Estados Unidos e sinalizações de novos apertos à frente. Além disso, a elevação dos juros reduz os preços dos títulos negociados no mercado, acrescentou.
Em setembro, o montante das reservas somou US$327,6 bilhões, bem abaixo dos US$358,4 bilhões em janeiro deste ano. O patamar é o mais baixo desde março de 2011, quando estava em US$317,1 bilhões.
Rocha disse que nos primeiros nove meses do ano o BC efetivamente operou as reservas comprando ou vendendo dólares apenas em fevereiro, abril e setembro.
“De resto, a perda do valor das reservas medidas a preço de mercado em dólares decorre da política monetária dos Estados Unidos, que aumenta a taxa de juros e reduz o preço do papel, e valoriza o dólar em relação a outras moedas, acarretando perda de paridade”, disse.
Somente em setembro, a variação de preços dos títulos provocou uma redução de US$6,5 bilhões nas reservas, enquanto a perda por paridade de moeda foi de US$2,5 bilhões.