Ambiente é de estagnação e promessas de salário mínimo ajudam, diz especialista

O diretor-executivo para as Américas do Grupo Eurasia, Christofer Garman, declarou, nesta sexta-feira (21), em entrevista à CNN, que o ambiente econômico brasileiro, segundo pesquisas qualitativas, é de estagnação e que promessas de aumento do salário mínimo ajudam os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

“Todas as pesquisas qualitativas nacionais dizem que o ambiente hoje é de estagnação, de uma renda real que ainda não se recuperou, de muita recuperação de preço dos alimentos no supermercados. E, nesse contexto, fazer promessas de salário mínimo e de aumento salarial ajudam. Então, se um outro lado diz que você vai congelar salário mínimo, você tem que voltar e dizer que não, vou dar aumento real”, afirma Garman.

“Então, nós estamos afunilando as propostas, estão numa certa convergência. O Lula prometendo aumento real do salário mínimo, prometendo aumento do salário para servidor. O presidente respondendo dizendo que vai fazer o mesmo. Nessa reta final, esse discurso mais populista é o nome do jogo. Porque é o que é necessário para tentar atingir esse eleitor mediano”, continua.

Durante uma carreata em Teófilo Otoni (MG), Lula abordou o tema e citou o atual presidente, alegando que fazem cinco anos que o salário mínimo não tem aumento real. “E ontem ele [Bolsonaro] falou que vai desindexar o salário mínimo”, disse. “Ou seja, ele está pendendo a não dar mais aumento para quem ganha salário mínimo, e nós temos 32 milhões de brasileiros que ganham um salário mínimo, dos quais 22 milhões são aposentados”, prosseguiu Lula.

Na quinta-feira (20), Bolsonaro reiterou uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o mesmo tema. “O Paulo Guedes falou que vai dar aumento real para o salário mínimo, falou que vai dar aumento real para o servidor. A gente continua nessa maratona, buscando uma reeleição”, explicou Bolsonaro.

À CNN, Guedes havia dito que pretende retomar o reajuste do funcionalismo público caso o presidente seja reeleito e acrescentou que avalia conceder aumento real do salário mínimo e de aposentadorias já em janeiro de 2023. O anúncio foi adiantado pelo analista de política da CNN Caio Junqueira.

Segundo Garman, “o eleitor centrista não quer escutar de responsabilidade fiscal. O eleitor do centro está preocupado de poder comprar alimentos no supermercado e chegar as contas no final do mês, essa é a realidade brasileira,”