“Que a justiça seja feita”, diz comediante Eddy Jr. após ofensas racistas
Procurada pela CNN, acusada diz que não vai se manifestar; condomínio multará mulher em mais de R$ 4 mil
O humorista Eddy Jr. esteve na Delegacia de Repressão de Crimes Raciais para fazer um boletim de ocorrência após ter sofrido ofensas racistas por uma vizinha que se recusou a entrar no elevador com o influencer na última terça-feira (18). A Polícia Civil vai investigar o caso.
Por segurança, o humorista deixou o condomínio onde o caso aconteceu e está em um hotel. A acusada disse que não vai se manifestar e será multada pelo condomínio em mais de R$4 mil.
“Que a justiça seja feita. A minha percepção do racismo vai ser a mesma antes e depois desse episódio. É fogo e é fogo”, contou. A advogada de Eddy Jr., Carolina Novaes, disse que vai representar a vizinha civil e criminalmente por “difamação, calúnia, injúria racial e racismo, que é um crime inafiançável”.
No última terça (18), a vizinha, identificada como Elisabeth Morrone, que é branca, negou dividir o elevador com Eddy Jr. e fez várias ofensas racistas chamando-o de “macaco”, “bandido” e “imundo”. Ele gravou e publicou na internet.
A animosidade entre ambos começou em abril. Ela disse que o vizinho era barulhento e fez diversas reclamações ao condomínio. Ele nega os problemas. Em setembro foi feito o primeiro Boletim de Ocorrência. Eddy Jr. disse que foi ameaçado. Imagens do condomínio mostram Elizabeth e o filho batendo na porta do influencer. O homem estava com uma faca presa na bermuda.
Eddy Jr. disse que deixou o apartamento temporariamente e que, por questões de segurança, está hospedado em um hotel. “Eu quero muito voltar pra minha casa, não gostei dessa situação. Pra eu voltar, essa mulher vai ter que sair de lá”, disse.
A gestão do condomínio vai multar a acusada em R$4.229,10. Por telefone, o advogado do condomínio, Diego Basse, disse que tanto a notificação quanto o boleto, referente a multa, já foram encaminhados para a moradora envolvida no caso. Segundo ele, a multa é prevista no Código Civil.
Na próxima semana, ainda de acordo com o advogado, será convocada assembleia com todos os moradores para abordar, entre outras coisas, o assunto e ratificar a multa aplicada. Vai ser decidido, também, se o condomínio entrará com ação judicial contra a moradora determinando que ela não tenha mais comportamentos e atos que perturbem o sossego e sejam prejudiciais aos demais condôminos.
O Ministério Público de São Paulo, por nota, disse que ainda não foi informado pelo caso. O MP tem um grupo de trabalho voltado à repressão de crimes raciais. A Polícia Civil vai investigar o caso e ouvir os demais envolvidos. Fontes da polícia dizem que a acusada pode responder pelos crimes de injúria racial, perseguição e ameaça à integridade.
A CNN entrou em contato com Elizabeth Morrone. Ela disse que não vai se manifestar sobre o caso.