Notícias falsas não vão desaparecer por posicionamento do STF, diz jornalista
Corregedor nacional da Justiça Eleitoral determinou uma série de medidas contra canais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL)
A jornalista da revista Veja Clarissa Oliveira disse, em sua participação no Arena Eleições, que, mesmo com posicionamentos mais firmes do Supremo Tribunal Federal (STF), as notícias falsas não vão desaparecer.
“A dinâmica de informação está colocada. Não dá para a gente fingir que as notícias falsas vão desaparecer porque teve uma posição mais firme do Supremo Tribunal Federal”, afirmou Clarissa.
Segundo a jornalista, outro ponto que está chamando a atenção do Judiciário, inclusive do ministro Alexandre de Moraes, é a ideia de uma nova geração de fake news. Elas seriam criadas por plataformas com a aparência e funcionamento de um veículo de imprensa, mas que acabam divulgado informações ou conclusões falsas.
“Isso tudo é uma manipulação da informação, levada ao eleitor, aos leitores e telespectadores e internautas em geral que precisa ser combatida de alguma forma”, explica Clarissa.
O corregedor nacional da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, acatou um pedido da coligação da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e determinou uma série de medidas contra canais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão ocorre dentro de uma ação do PT que apontou a existência de um “ecossistema de desinformação” que beneficiaria Bolsonaro. Segundo Gonçalves, a partir do estudo do material apresentado, “há indícios de uma atuação concertada para a difusão massificada e veloz de desinformação”, que tem como principal alvo o ex-presidente.
Está proibido, até o dia seguinte do segundo turno, “a monetização resultante de assinaturas e da publicidade divulgada nos canais de YouTube: Brasil Paralelo, Foco do Brasil e Folha Política e, caso ainda ativa, do canal Dr. News”.
E ainda “o impulsionamentos pago, na internet, pelas pessoas jurídicas responsáveis pelos canais acima citados, de quaisquer conteúdos político-eleitorais, especialmente envolvendo os candidatos Jair Messias Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, seus partidos e apoiadores”.
Para Clarissa, “muitos desses canais que estamos discutindo nessa ação, são desenhados, montados e criados com o objetivo de parecerem veículos de imprensa, mas eles não são veículos de imprensa. Eles são canais que servem ao proposito específico com intuito comercial muito ligado a essa política de monetização”.
*Publicado por Douglas Porto