Vacina contra HPV evita lesões infecciosas, mas adesão é baixa, alerta Febrasgo
Estudo realizado pela empresa Famivita aponta que 43% das brasileiras ainda não se vacinaram contra o vírus
A vacina contra o HPV oferece proteção contra o vírus que causa o câncer de colo do útero.
Mais de 95% dos casos do câncer do colo do útero são causados pelo HPV, vírus transmitido sexualmente. A doença é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres em todo o mundo, sendo que 90% dessas mulheres vivem em países de baixa e média renda.
“A vacina contra o HPV é altamente eficaz para a prevenção dos sorotipos 16 e 18 do HPV, que causam 70% dos casos de câncer do colo do útero”, afirma Alejandro Cravioto, presidente do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da Organização Mundial da Saúde (SAGE, na sigla em inglês).
No entanto, um estudo realizado pela empresa Famivita aponta que 43% das brasileiras ainda não se vacinaram contra o vírus e 17% não sabem que o HPV pode ser transmitido sexualmente.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) faz um alerta sobre a importância da imunização contra o HPV, que está disponível gratuitamente pelo SUS para públicos específicos (veja detalhes abaixo).
A infecção por HPV está associada com o câncer de colo de útero e com outros tipos de câncer que afetam a região genital da mulher. Nos homens, o vírus está associado a cânceres de pênis e reto.
“A vacinação evita lesões benignas como as verrugas genitais em homens e mulheres, que apesar de benignas, são extremamente infecciosas e desconfortáveis” explica Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo.
Vacinação contra o HPV no SUS
A vacina HPV quadrivalente contribui para a prevenção de cânceres relacionados aos HPV 16 e 18; de colo do útero; vulva e vagina; câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11.
No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacinação principalmente para adolescentes. Atualmente estão incluídos meninas e meninos de 9 a 14 anos.
Quem pode se vacinar:
- Meninas de 9 a 14 anos
- Meninos de 11 a 14 anos
- Homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos
Sobre o HPV
O HPV é um vírus, com diferentes tipos, que infecta a pele ou tecidos da boca, genitais ou ânus, em homens e mulheres, e causa verrugas anogenitais e pode levar ao desenvolvimento de câncer, a depender do tipo de vírus. A doença é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST).
A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o vírus pode permanecer no organismo durante meses ou anos, sem manifestar sinais visíveis ou apresentar manifestações que não são perceptíveis.
No entanto, a queda da resistência do organismo pode levar à multiplicação viral e provocar o aparecimento de lesões. As primeiras manifestações da infecção surgem entre cerca de 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal.
O diagnóstico do HPV é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão.
O tratamento das verrugas consiste na destruição das lesões. As lesões podem desaparecer – independentemente da realização do tratamento – e permanecer inalteradas ou aumentar em número ou volume.