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    China tem raro protesto contra Xi Jinping dias antes do congresso do Partido Comunista

    Manifesto ocorre poucos dias antes de líder garantir um terceiro mandato no poder em uma importante reunião do Partido Comunista

    Protesto foi registrado em Pequim
    Protesto foi registrado em Pequim Twitter

    Da CNN

    Um raro protesto contra o líder chinês Xi Jinping e suas políticas foi rapidamente encerrado em Pequim, nesta quinta-feira (14), poucos dias antes de ele garantir um terceiro mandato no poder em uma importante reunião do Partido Comunista.

    Fotos que circulam no Twitter na tarde de quinta-feira mostram duas faixas penduradas em um viaduto de uma importante via no noroeste da capital chinesa, protestando contra a implacável política de Covid Zero e o regime autoritário de Xi.

    “Diga não ao teste de Covid, sim à comida. Não ao confinamento, sim à liberdade. Não às mentiras, sim à dignidade. Não à revolução cultural, sim à reforma. Não ao grande líder, sim ao voto. Não seja escravo, seja cidadão”, ilustrava uma faixa.

    “Faça greve, remova o ditador e traidor nacional Xi Jinping”, mostrava outra faixa.

    As fotos e vídeos também mostram nuvens de fumaça saindo da ponte e uma gravação de voz dos slogans de protesto tocadas em alto-falante.

    A CNN não pode verificar de forma independente as imagens e filmagens, mas as localizou na ponte Sitong, um viaduto no terceiro anel viário de Pequim, no distrito de Haidian.

    Quando a CNN chegou à Sitong Bridge por volta das 15h30, nenhum manifestante ou banner foi visto. No entanto, um grande número de agentes de segurança estava no viaduto e nas proximidades. O pessoal de segurança também foi visto patrulhando todos os viadutos que a CNN passava no Terceiro Anel Rodoviário.

    As autoridades chinesas ainda não comentaram o incidente. A CNN entrou em contato com a polícia de Pequim para comentar.

    O protesto colocou a rigorosa censura online da China em destaque.

    O Weibo, uma plataforma semelhante ao Twitter, censurou imediatamente os resultados da pesquisa para “Sitong Bridge”, o site do protesto. Em pouco tempo, palavras-chave como “Pequim”, “Haidian”, “guerreiro”, “homem corajoso” e até mesmo “coragem” foram impedidas de serem pesquisadas.

    Inúmeras contas no Weibo e WeChat, o superaplicativo essencial para a vida cotidiana na China, foram banidas após comentar – ou aludir – ao protesto.

    Ainda assim, muitos se manifestaram para expressar seu apoio e admiração. Alguns compartilharam o hit pop chinês “Lonely Warrior” em uma referência velada ao manifestante, que alguns chamaram de “herói”, enquanto outros juraram nunca esquecer, postando sob a hashtag: “Eu vi”.

    “Obrigado por me deixar ainda ver esperança para esta terra”, disse um comentário.

    “A pessoa desapareceu, o nome do site desapareceu, tantas palavras estão desaparecendo. Mas há tantos caracteres chineses, tantos pares de olhos. Você pode censurar a todos nós?” disse outro.

    O protesto público contra a liderança é extremamente raro na China, especialmente no período que antecede as reuniões políticas importantes, quando as autoridades transformam Pequim em uma fortaleza para manter a segurança e a estabilidade. O congresso nacional do Partido Comunista, que ocorre duas vezes por década, é o evento mais importante do calendário político da China.

    No 20º Congresso do Partido, que começa no domingo, espera-se que Xi quebre as normas recentes e estenda seu governo por mais um mandato, potencialmente abrindo caminho para um governo vitalício.

    Xi, o líder chinês mais poderoso e autoritário em décadas, travou uma ampla repressão para esmagar a dissidência, tanto dentro do partido quanto na sociedade em geral.

    Sua política draconiana de zero Covid alimentou a crescente frustração pública, à medida que os lockdowns prejudicam vidas e causam estragos na economia.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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