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    Eleições 2022

    Ministros e PGR se reúnem para tratar da segurança das urnas no 2º turno

    Encontro teria sido recomendado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve acesso a informações na segunda-feira (10) sobre auditoria feita por militares nos equipamentos

    Leonardo Ribbeiroda CNN

    O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, estiveram reunidos nesta quinta-feira (13) com o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para tratar da segurança no segundo turno das eleições. O encontro, segundo apurou a CNN Brasil, serviu também para discutir um outro tema: o resultado da verificação feita pelas Forças Armadas nas urnas eletrônicas.

    Mantido em sigilo, o relatório feito pelos militares foi apresentado ao presidente da República na segunda-feira (10). Na ocasião, segundo fontes do governo, Jair Bolsonaro (PL) teria recomendado a reunião e orientado o Ministro da Defesa a segurar os dados até o segundo turno. De acordo com fontes do governo, o presidente orientou ainda que, antes disso, o resultado da auditoria fosse compartilhado com o Ministro da Justiça e com o Procurador-Geral da República “em busca de vacinas”.

    Embora não caibam a esses órgãos darem legitimidade à auditoria, o argumento do presidente Jair Bolsonaro seria para o caso da necessidade de uma investigação. Nesse sentido, é atribuição do Ministério da Justiça determinar que a Polícia Federal abra inquérito policial para apurar eventuais problemas constatados; e, por outro lado, o PGR, que responde pelo Ministério Público Eleitoral, corroboraria os apontamentos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    A forma com que o Ministério da Defesa tem tratado o tema tem causado estranheza no TSE.

    Um ministro da Corte ouvido pela CNN considerou que o excesso de sigilo duas semanas depois do pleito indica mera necessidade de gerar “confusão do processo eleitoral”, com uso político de uma suposta auditoria que, desde o primeiro momento, segundo o magistrado, não teria demonstrado indícios de tecnicidade.

    Procurado pela CNN, o Ministério da Defesa não deu prazo para a apresentação do relatório sobre as urnas. A reunião de ontem consta na agenda do ministro, mas sem detalhar o tema. Por meio de nota, o Ministério da Justiça confirmou o encontro e se limitou a dizer que “foram tratadas questões de segurança ligadas a eleições”.

    Argumento semelhante dado pela assessoria do procurador-geral da República, Augusto Aras. “Foi uma reunião em que analisamos o trabalho de acompanhamento feito até agora neste período que antecede o segundo turno, que será realizado dia 30 de outubro, e o conjunto de medidas preventivas em que nossas instituições estão envolvidas para que tudo ocorra de forma ordeira e democrática”, disse Aras em nota.

    A CNN questionou os três órgãos, até o momento sem resposta, sobre o motivo de outros representantes de instituições de segurança não terem sido convidados para o encontro, como o Secretário de Segurança do Distrito Federal, as polícias da Câmara e do Senado, além da Justiça Eleitoral e Supremo Tribunal Federal (STF). No primeiro turno, todos esses agentes participaram juntos das discussões envolvendo a segurança da Capital durante as eleições.

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