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    Fatos Primeiro: Lula acerta ao dizer que Brasil voltou ao Mapa da Fome

    Relatório da ONU e outros estudos mostraram o avanço da insegurança alimentar no país

    Luana Cataldida CNN , em São Paulo

    Durante uma caminhada com Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo, e o postulante à vice-presidência Geraldo Alckmin (PSB) em São Bernardo do Campo (SP), no dia 6 de outubro, o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil havia saído do Mapa da Fome e retornou a ele. Ainda segundo o petista, atualmente, 33 milhões de brasileiros sofrem com a fome.

    O que Lula disse

    “E eu queria dizer pra vocês, a gente tinha tirado o Brasil do Mapa da Fome, mas a fome voltou. Trinta e três milhões de brasileiros hoje vão dormir toda noite sem ter o que comer.”

    Fome no Brasil

    A pesquisa da Rede PENSSAN (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) mostra que, atualmente, 33,1 milhões de brasileiros vivem com fome no Brasil. O levantamento considera a Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O levantamento também indica que 125,2 milhões de pessoas vivem com algum grau de insegurança alimentar no país. No documento, há três níveis diferentes de incerteza. O primeiro nível é o leve, no qual existe incerteza em relação ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida.

    O segundo é o grau de insegurança moderado, em que a pessoa ingere uma quantidade insuficiente de comida em relação a suas necessidades nutricionais diárias. Por último, existe a insegurança alimentar grave, que ocorre quando o indivíduo enfrenta privação de alimentos ou fome.

    O IBGE não tem registros sobre fome na PNAD de 2014, apenas na de 2013, que indica que 22,6% dos brasileiros enfrentavam insegurança alimentar naquele ano. Além disso, 3,2% das pessoas estavam em grau considerado grave.

    O Mapa da Fome da ONU

    O Brasil saiu oficialmente do Mapa da Fome em 2014, conforme o relatório global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgado naquele ano. O fato ocorreu durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), sucessora de Lula.

    O relatório mostra que o Indicador de Prevalência de Subalimentação, medida empregada pela organização há mais de 50 anos para dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional, atingiu no Brasil um nível menor que 5%, ou seja, abaixo do estipulado para que a organização considere que o país superou o problema da fome.

    O Mapa da Fome é o sistema global de monitoramento da fome do Programa Mundial de Alimentos. Ele combina as principais métricas de diversas fontes de dados, como informações de segurança alimentar, clima, tamanho da população, conflitos, perigos, informações nutricionais e dados macroeconômicos para ajudar a avaliar, monitorar e prever a magnitude e gravidade da fome quase que em tempo real.

    Em 2022, a ONU anunciou que o Brasil retornou ao Mapa da Fome, no relatório global da FAO. Segundo a organização, a prevalência da insegurança alimentar grave atingiu 15,4 milhões de brasileiros, ou seja, 7,3% da população, entre os anos de 2019 e 2021.

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