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    Wall Street fecha em forte alta, apesar de inflação além da esperada nos EUA

    Índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 8,2% em setembro sobre um ano antes

    ReutersEstadão Conteúdo

    Os principais índices de ações dos Estados Unidos devolveram perdas iniciais nesta quinta-feira (13), com o Dow e o S&P 500 se recuperando dos menores patamares em dois anos conforme investidores digeriam um aumento maior do que o esperado nos preços ao consumidor dos Estados Unidos no mês passado que provocou temores de outro grande aumento de juros pelo Federal Reserve em sua reunião de novembro.

    No fechamento, o Dow Jones subiu 2,83%, a 30.038,72 pontos, o S&P 500 ganhou 2,60%, a 3.669,91 pontos, e o Nasdaq avançou 2,23%, a 10.649,15 pontos.

    O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 8,2% em setembro sobre um ano antes, em comparação com expectativa de avanço de 8,1%. A leitura foi inferior ao salto anual de 8,3% registrado em agosto.

    O núcleo da inflação, que elimina preços voláteis de alimentos e combustíveis, subiu 6,6% no mês passado sobre o mesmo período do ano anterior, contra estimativa de taxa de 6,5%.

    A leitura ficou muito acima da alta de 6,3% de agosto.

    “Tanto o número principal quanto o núcleo ficaram muito acima das expectativas, e isso é decepcionante”, disse Mace M. McCain, diretor de investimentos da Frost Investment Advisors.

    “Esperávamos ver alguma moderação na inflação e não estamos vendo isso neste momento. Não há nada para dissuadir o Fed de seu caminho.”

    O relatório de inflação segue dados de quarta-feira que mostraram alta maior do que o esperado dos preços ao produtor dos EUA em setembro, levando operadores de futuros dos juros dos EUA a precificar probabilidade de quase 91% de haver um quarto aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na taxa básica do Fed em sua reunião do próximo mês, com chance de 9% de ajuste ainda maior, de 1 ponto completo.

    Ações

    Na esteira dos resultados da inflação, os índices acionários abriram no vermelho.

    Ao longo da sessão, porém, o movimento se reverteu e Wall Street se firmou no azul. Na avaliação de Edward Moya, analista da Oanda, a virada se deu com investidores convencidos de que o núcleo da inflação deve começar a cair nos EUA. “A política monetária está rapidamente se tornando restritiva e isso sem dúvidas reduzirá a inflação”, afirma o analista, que prevê que tal reversão “não dure muito”.

    A inflação mais alta consolidou apostas para altas de 75 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed) no próximo mês. De acordo com monitoramento do CME Group, na marcação, 99,3% das apostas eram para aumento nessa amplitude. Casas de consultoria e bancos, como Oxford Economics e ING, também reiteraram tal projeção.

    NO S&P 500, o setor de finanças foi o que mais subiu, com JPMorgan (+5,56%), Bank of America (+6,13%) e Citi (+5,17%), por exemplo. Papéis de energia, como Chevron (+4,85%) e ExxonMobil (+3,49%), também se destacaram, na esteira da alta do petróleo.

    Também nesta quinta, a Netflix (+5,27%) lançou sua assinatura com propagandas, que custará a partir de US$ 6,99 por mês nos EUA. Entre balanços, destaque para a BlackRock, cuja ação subiu 6,58%, após a gestora registrar lucro líquido de US$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre deste ano.

    Tanto o lucro quanto a receita da BlackRock apresentam queda em relação a igual período do ano passado, mas vieram acima das expectativas do FactSet.

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