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    ONU nega apelo russo por votação secreta sobre anexação de regiões da Ucrânia

    Rússia realizou referendos para anexar Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia; projeto de resolução a ser votado na Assembleia-Geral declara que votações foram ilegais

    Michelle Nicholsda Reuters

    A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votou nesta segunda-feira (10) para rejeitar o pedido da Rússia para que o órgão realize uma votação secreta sobre a anexação de quatro regiões parcialmente ocupadas pelos russos na Ucrânia.

    A assembleia, que conta com 193 membros, decidiu, com 107 votos a favor, que realizaria uma votação pública — e não uma votação secreta — sobre um projeto de resolução que condenaria os “chamados referendos ilegais” da Rússia e a “tentativa ilegal de anexação”. Diplomatas disseram que a votação da resolução provavelmente será nesta quarta-feira (12).

    Apenas 13 países se opuserem à realização de uma votação pública sobre o projeto de resolução. Outros 39 países se abstiveram e os demais países não votaram. A Rússia argumentou que uma votação secreta era necessária porque o lobby ocidental significava que “seria muito difícil se as posições fossem expressas publicamente”.

    Moscou se moveu para anexar quatro regiões parcialmente ocupadas na Ucrânia — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia — depois de organizar o que chamou de referendos. A Ucrânia e aliados denunciaram os votos como ilegais e coercitivos.

    O projeto de resolução a ser votado no final desta semana pede aos países que não reconheçam o movimento da Rússia, além de reafirmar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pressionou a comunidade internacional a frisar que as ações do presidente russo, Vladimir Putin, são “completamente inaceitáveis”.

    “Agora é a hora de falar em apoio à Ucrânia; não é hora de abstenções, palavras apaziguadoras ou equívocos sob alegações de neutralidade. Os princípios fundamentais da Carta da ONU estão em jogo”, alegou Blinken em comunicado.

    A Rússia vetou uma resolução semelhante no Conselho de Segurança no mês passado. A Assembleia-Geral já frustrou Moscou ao exigir que o país retirasse suas tropas da Ucrânia cerca de uma semana depois da invasão, em 24 de fevereiro. .

    Os movimentos nas Nações Unidas refletem o que aconteceu em 2014 QUANDO a Rússia anexou a Crimeia. No Conselho de Segurança, o país governado por Putin vetou um projeto de resolução que se opunha a um referendo realizado sobre o status da Crimeia e instou os países a não reconhecê-lo.

    A Assembleia-Geral adotou, então, uma resolução declarando o referendo inválido com 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções formais, enquanto duas dezenas de países não participaram.

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