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    Eleições 2022

    MPT recomenda que procuradores ajam contra assédio de empregadores por política

    Recomendação inclui que empregadores não ofereçam vantagens financeiras, constranjam funcionários ou façam manifestações políticas no ambiente de trabalho

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    Escritório Unsplash/Israel Andrade

    Gabriel Hirabahasida CNN em Brasília

    A Coordenadoria de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) orientou, em nota técnica repassada internamente nesta sexta-feira (7), que os procuradores do MPT recomendem que empregadores não ofereçam vantagens financeiras, constranjam funcionários ou façam manifestações políticas no ambiente de trabalho.

    A coordenadoria ainda falou aos procuradores que recomendem aos empregadores que não imponham dificuldades aos trabalhadores no dia das eleições, de modo a impedir que eles exerçam o direito de seu voto.

    Segundo a coordenadoria, “a interferência do empregador nas orientações pessoais, políticas, filosóficas ou eleitorais do empregado ofende a Constituição Federal de 1988 e contraria a configuração republicana de Estado Democrático de Direito, pois fundado no pluralismo político e na coexistência de distintas interpretações políticas e filosóficas no seio social”.

    “O poder diretivo do empregador é limitado pelos direitos fundamentais da pessoa humana, não podendo tolher o exercício dos direitos de liberdade, de não discriminação, de expressão do pensamento e de exercício livre do direito ao voto secreto, sob pena de se configurar abuso daquele direito, violando o valor social do trabalho, fundamento da República e previsto como direito social fundamenta e como fundamento da ordem econômica”, completou.

    A recomendação se dá no momento em que foram feitas acusações de tentativas de empregadores de orientar o voto de seus funcionários.

    Na quarta-feira (5), por exemplo, circulou nas redes sociais um comunicado da Stara, uma empresa de máquinas agrícolas, informando fornecedores que cortará orçamento em 30% caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito.

    Nas redes sociais, o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, disse que o comunicado não visa coagir pessoas a votarem “no A ou no B” e que se trata de uma “prática comum” na empresa. Segundo o diretor-presidente, é normal repassar essas previsões aos fornecedores “para que possam se preparar e organizar suas empresas da melhor forma possível”.