Estamos perto do piso do etanol, diz CEO da Raízen
De acordo com dados da ANP, de 4 de outubro, o preço médio do etanol recuou 1,75% na semana em relação à anterior, de R$ 3,430 para R$ 3,370 o litro
O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, afirmou, nesta quinta-feira (6), em entrevista à CNN, que o Brasil está chegando próximo ao piso de preço médio do etanol, sem a estimativa de grandes quedas até o fim do ano.
“O etanol segue muito a tendência da gasolina. E a gasolina depende muito do mercado internacional, como é que está o preço da gasolina fora do Brasil. O que a gente viu foi uma forte redução do preço da gasolina lá fora, acompanhou a queda do petróleo, e o etanol seguiu. Estamos neste momento no meio da safra, onde há mais disponibilidade de produto, então a tendência é ainda uma pequena queda”, afirma Mussa.
“Então acho que a gente já chegou muito perto do piso do etanol, não deveria ver grandes quedas na bomba daqui até o final do ano”, continua.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilado pelo AE-Taxas, divulgado em 4 de outubro, os preços médios do etanol hidratado caíram em 21 estados e no Distrito Federal (DF), subiram em três estados (PR, GO e ES) e ficaram estáveis em um estado (Roraima) até 1º de outubro.
Não houve levantamento no Amapá. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o país, o preço médio do etanol recuou 1,75% na semana em relação à anterior, de R$ 3,430 para R$ 3,370 o litro.
Mudanças de hábitos na pandemia
Mussa explica que durante a pandemia da Covid-19, houve mudanças de hábitos pelos consumidores, como, por exemplo, a alta procura pelos meios de pagamentos digitais.
“A adoção do consumir pelos pagamentos digitais foi enorme para ter menos contato. Então, isso foi uma aceleração do processo de digitalização. Os aplicativos, a gente usa o Shell Box para fazer pagamento, por exemplo, cresceu muito nesse momento”, explica.
Outro ponto citado foi a importância dada para as questões ambientais e de saúde. “Então a gente viu, no nosso caso, como um grande produtor de etanol, e distribuidor de combustíveis, a demanda pelo nosso produto, não só no Brasil, mas fora do Brasil, aumentou muito. As pessoas passaram a dar mais relevância. Essas questões de mudança climática passaram a ficar mais visíveis para os consumidores.”
(*Publicado por Douglas Porto)