Lula descarta carta a evangélicos e diz que não antecipará nomes para economia
Ex-presidente estaria sendo cobrado por agentes do mercado financeiro a sinalizar economistas que podem estar num eventual novo governo do PT
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não antecipará qualquer nome para ministro da Economia ou parte de sua possível equipe econômica antes do resultado do segundo turno das eleições 2022.
Lula estaria sendo cobrado por agentes do mercado financeiro a sinalizar economistas que possam estar num eventual novo governo do PT.
“Quem quiser conhecer meu ministério, vai ter que esperar primeiro eu ganhar eleições”, afirmou.
O candidato se limitou a dizer que “gente de fora” estará no seu governo, o que é visto por aliados como uma boa sinalização ao centro, com a indicação de que não apenas petistas terão espaço.
Lula também afirmou estar feliz com o apoio dos economistas Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida, que ajudaram a formular e executar o Plano Real nos governos dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ele voltou a dizer que é contra o teto de gastos, sem apresentar outra âncora fiscal.
Desenrola Brasil
O ex-ministro Aloizio Mercadante, um dos coordenadores de campanha de Lula, trouxe mais detalhes sobre o programa Desenrola Brasil, que prevê renegociação de dívidas.
Mercadante explicou que a proposta terá um fundo público de 7 a 18 bilhões de reais para garantir o pagamento de débitos às empresas.
Carta a evangélicos e ao agro
Neste segundo turno, o ex-presidente também tem sido cobrado a apresentar uma carta a setores específicos que dialogam com eleitores mais conservadores, como os evangélicos e o agronegócio.
Nesta quinta-feira (6), Lula chegou a receber a visita da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que teria sido convidada a ajudar no diálogo com os religiosos e no combate às fake news. O petista, porém, disse que não haverá carta.
“A gente não precisa ficar fazendo carta. Senão vou ter que fazer carta para 500 setores da sociedade”, pontuou.
A reportagem apurou que alguns coordenadores de campanha próximos a Lula e aliados, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT), defendem que ele se posicione dessa forma.