Aplaudirei a candidatura que defender democracia e mantiver reformas, diz Temer sobre 2º turno
Ex-presidente defende quem “cumprir rigorosamente a Constituição” e “promover a pacificação”, sem citar nomes
O ex-presidente Michel Temer afirmou em nota, nesta quinta-feira (6), que “aplaudirá”, no segundo turno, a candidatura à Presidência que, entre outras coisas, defender a democracia, cumprir a Constituição e mantiver as reformas realizadas em seu governo.
Temer, que está no exterior, não divulgou publicamente se apoiará Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL), ou nenhum dos candidatos, no segundo turno, marcado para 30 de outubro.
“Estou há alguns dias em Londres cumprindo agenda de palestras. Acompanhando o noticiário sobre as eleições de 2º turno e em resposta a todos que têm me procurado, esclareço que aplaudirei a candidatura que defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, mantiver as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”, diz Temer.
Segundo o ex-ministro Moreira Franco, aliado histórico de Temer, o ex-presidente o telefonou para pedir que ele atuasse como “bombeiro” diante da informação de que o emedebista teria declarado apoio a Bolsonaro no segundo turno.
“Ele [Temer] pediu ajuda para colocar as questões nos seus devidos termos”, disse o ex-ministro à CNN. De acordo com Moreira Franco, Temer “poderá se decidir entre Lula e Bolsonaro, ou mesmo não declarar voto para ninguém, quando voltar de viagem”.
Em conversas reservadas, relatadas à CNN, Temer tem demonstrado mágoa pela maneira como dirigentes petistas têm criticado a sua gestão à frente do Palácio do Planalto.
Segundo aliados do emedebista, além da defesa de seu legado, ele pretende apoiar uma candidatura que tenha compromisso com a Constituição Federal e com uma pauta econômica liberal, que envolva uma política de privatizações.
Segundo o analista de política da CNN Gustavo Uribe, Temer pretende conversar com Bolsonaro antes de definir apoios. “Aí sim vai ser feita uma análise e certamente o ex-presidente tomará sua decisão”, completa Moreira.
Para o ex-ministro, o MDB foi sensato ao adotar neutralidade e deixar livre para os filiados escolham quem apoiar. Moreira considerou natural a escolha da candidata do partido, Simone Tebet, ao declarar apoio ao antigo adversário, Luiz Inácio Lula da Silva. “Em todos os debates ela teve posição clara”, analisou.