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    Nasa sugere que colisão pode ter formado a Lua em poucas horas; assista

    Anteriormente, cientistas acreditavam o satélite natural da Terra teria levado meses para se formar

    Ingrid Oliveirada CNN , em São Paulo

    Uma nova simulação divulgada pela Nasa, na terça-feira (4), mostra que uma colisão entre o que era a Terra — há bilhões de anos — e um objeto do tamanho de Marte, chamado de Theia, pode ter formado o nosso satélite natural, a Lua, em poucas horas — e não em meses ou anos como acreditava-se anteriormente.

    Os resultados da pesquisa apontam que a Lua pode ter se formado imediatamente, em questão de horas, quando o material da Terra e de Theia foi lançado diretamente em órbita após o impacto.

    Jacob Kegerreis, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Pesquisa Ames da Nasa e principal autor do artigo sobre esses resultados publicado no The Astrophysical Journal Letters, disse em um comunicado que a nova teoria “abre toda uma nova gama de possíveis pontos de partida para a evolução da Lua”.

    “Entramos neste projeto sem saber exatamente quais seriam os resultados dessas simulações de alta resolução. Portanto, além da grande surpresa de que as resoluções padrão podem fornecer respostas enganosas, foi ainda mais empolgante que os novos resultados pudessem incluir um satélite parecido com a Lua em órbita”, afirmou.

    História planetária

    De acordo com a Nasa, compreender as origens da Lua requer usar o que sabemos sobre o satélite: o conhecimento de sua massa, órbita e a análise precisa de amostras de rochas lunares – e criar cenários que possam levar ao que vemos hoje.

    As teorias existentem podem explicar esses aspectos como massa e órbita, de acordo com a agência. No entanto, algumas questões permanecem um mistério.

    Pesquisadores ainda tentam descobrir por que a composição da Lua é tão semelhante à Terra. Eles podem estudar a composição de um material com base em sua assinatura isotópica, ou seja, uma pista química de como e onde tal objeto foi criado.

    As amostras lunares que os cientistas puderam estudar em laboratórios mostram assinaturas isotópicas muito semelhantes às rochas da Terra, ao contrário das rochas de Marte ou de outras partes do Sistema Solar. Isso torna provável que grande parte do material que compõe a Lua tenha vindo originalmente da Terra, explicou a Nasa.

    Em outros cenários, Theia entrou em órbita se misturou com apenas um pouco de material da Terra, e segundo os cientistas, é menos provável que vejamos semelhanças tão fortes — a menos que Theia também fosse isotopicamente semelhante à Terra, uma coincidência improvável.

    Contudo a nova toria sugere que mais material da Terra é usado para criar a Lua, particularmente suas camadas externas, o que poderia ajudar a explicar essa semelhança na composição.

    Assista ao vídeo da simulação:

    “Houve outras teorias propostas para explicar essas semelhanças na composição, como o modelo da sinestia – onde a Lua é formada dentro de um redemoinho de rocha vaporizada da colisão – mas elas lutam para explicar a órbita atual da Lua”, escreveu a agência.

    Na nova pesquisa, que sugere uma formação mais rápida e de estágio único, há uma explicação mais “clara e elegante” para essas duas questões ainda não respondidas.

    Segundo o comunicado, este cenário pode colocar a Lua em uma órbita ampla com um interior que não está totalmente derretido, potencialmente explicando propriedades como a órbita inclinada do satélite e a crosta fina — tornando-se uma das explicações mais “aceitáveis” para as origens da Lua até agora.

    A Nasa acredita que aproximar-se de confirmar qual dessas teorias está correta exigirá a análise de futuras amostras lunares trazidas de volta à Terra para estudo das futuras missões Artemis da agência — que está prevista para levar humanos de volta à Lua até 2025.

    “À medida que os cientistas obtêm acesso a amostras de outras partes da Lua e das profundezas da superfície lunar, eles poderão comparar como os dados do mundo real correspondem a esses cenários simulados e o que eles indicam sobre como a Lua evoluiu ao longo de sua trajetória de bilhões de anos de história”, escreveram.

    Teoria da origem compartilhada

    Os pesquisadores esperam que além de aprender mais sobre a Lua, esses estudos podem revelar como nossa própria Terra se tornou o mundo que abriga a vida que é hoje.

    “Quanto mais aprendemos sobre como a Lua surgiu, mais descobrimos sobre a evolução de nossa própria Terra”, disse Vincent Eke, pesquisador da Universidade de Durham e coautor do artigo.

    “Suas histórias estão entrelaçadas – e podem ecoar nas histórias de outros planetas alterados por colisões semelhantes ou muito diferentes”, continuou.

    A Nasa explica que o universo está colisões — e essesimpactos são uma parte essencial de como os corpos planetários se formam e evoluem.

    “Na Terra, sabemos que o impacto com Theia e outras mudanças ao longo de sua história fazem parte de como ela conseguiu reunir os materiais necessários”, escreveram.

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