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    Eleições 2022: Veja o desempenho dos envolvidos na CPI da Covid

    Titulares, suplentes, testemunhas e indiciados da comissão disputaram cargos nos poderes Legislativo e Executivo

    Leonardo RodriguesVital NetoBeatriz AraújoMurillo Ferrarida CNN , em São Paulo

    Instalada na semana em que o Brasil ultrapassou a marca de 400 mil mortes causadas pela pandemia, a CPI da Covid-19 repercutiu por todo o país. Diferentes envolvidos com a investigação testaram o reflexo da popularidade de seus nomes nas urnas neste domingo (2).

    Titulares, suplentes, testemunhas e indiciados da comissão aproveitaram a projeção para tentar cargos nos poderes Legislativo e Executivo. Nove deles se elegeram, e outros vão disputar o segundo turno para governador. O cargo mais buscado foi o de deputado federal: cinco se elegeram para a Câmara.

    A CPI também deixa como “herança” política cinco candidatos a governadores, em Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Sul, Amazonas e Rondônia.

    Há derrotados e vitoriosos, tanto entre os que investigaram como entre os investigados. Veja abaixo como foi o desempenho dos envolvidos no primeiro turno das eleições.

    Alessandro Vieira (PSDB-SE)
    Suplente da comissão e então filiado ao Cidadania, o senador Alessandro Vieira se destacou especialmente quando a CPI recebeu o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, como testemunha.

    Já no PSDB, disputou pela primeira vez o governo de Sergipe. No primeiro turno, obteve 10,88% dos votos e ficou em terceiro lugar. Rogério Carvalho (PT), que também esteve na comissão, e Fábio Mitidieri (PSD) avançaram ao segundo turno.

    Arthur Weintraub (PMB-SP)
    Ex-assessor da Presidência da República e irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, Arthur foi acusado de integrar o “gabinete paralelo”, que aconselharia o governo federal na gestão da pandemia. Indiciado pela comissão, ele não foi eleito deputado federal por São Paulo, estado que lhe deu 1.900 votos. Concorrente ao mesmo cargo, seu irmão teve 4.057 votos.

    Carla Zambelli (PL-SP)
    Bolsonarista, Carla Zambelli foi indiciada por incitação ao crime pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Reeleita deputada federal, foi a mais votada do partido do presidente em São Paulo.

    Carlos Jordy (PL-RJ)
    Também indiciado por incitação ao crime, Carlos Jordy é deputado federal no Rio de Janeiro, estado pelo qual se elegeu novamente, com 114.587 votos.

    Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
    O relatório da CPI indiciou Eduardo Bolsonaro por incitação ao crime. Deputado federal mais votado do país em 2018, o filho do presidente foi o terceiro mais votado neste pleito em São Paulo, com 741.701 votos.

    Eduardo Braga (MDB-AM)
    Titular da CPI da Covid, Eduardo Braga teve atuação destacada na investigação ao questionar Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Berço político do senador, Manaus foi gravemente afetada pela segunda onda da pandemia, em especial com a crise de oxigênio, o que mobilizou o parlamentar.

    Em meio de mandato no Senado – foi eleito em 2018 –, Braga vai ao segundo turno da disputa pelo governo do Amazonas. Com 20,99% dos votos, ficou em segundo lugar.

    Eduardo Pazuello (PL-RJ)
    Com Pazuello à frente do Ministério da Saúde, o Brasil viveu uma fase crítica na pandemia. Após dois dias de depoimento, ele foi indiciado por epidemia com resultado morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime e crimes contra a humanidade.

    No domingo, elegeu-se para a Câmara dos Deputados, com 205.324 mil votos do Rio de Janeiro.

    Jair Bolsonaro (PL)
    O presidente da República não foi convocado a depor na CPI, mas teve seu nome citado diversas vezes por integrantes e testemunhas. Indiciado por prevaricação, charlatanismo e outras sete razões pelo relatório de Renan Calheiros (MDB), Bolsonaro chamou a comissão de “circo”.

    Ele foi terminou o primeiro turno da eleição presidencial em segundo lugar, com 51 milhões de votos, o que representou 43,2% dos votos válidos, e vai ao segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto.

    Jorginho Mello (PL-SC)
    Integrante da bancada governista na comissão, Jorginho Mello foi titular dela. Candidato ao governo de Santa Catarina em 2022, o senador obteve 38,61% e vai disputar o segundo turno.

    Kátia Abreu (PP-TO)
    A senadora Kátia Abreu não era titular nem suplente da CPI, mas participou de algumas sessões e se destacou ao questionar Ernesto Araújo, que comandava o Itamaraty. Em 2022, ela não conseguiu a vaga para o Senado pelo Tocantins, com 18,5% dos votos.

    Leila Barros (PDT-DF)
    Uma das representantes da bancada feminina na investigação, a senadora Leila Barros (PDT) obteve 4,81% votos na disputa pelo governo do Distrito Federal e ficou na quinta posição. Eleita para o Senado em 2018, ela tem mandato na Casa até 2027.

    Luís Carlos Heinze (PP-RS)
    O senador gaúcho virou titular da CPI da Covid quando Ciro Nogueira (PP) se tornou ministro da Casa Civil de Bolsonaro. Na vaga, Heinze foi um dos principais defensores do governo federal nas sessões. Na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, Heinze foi o quarto colocado, com 4,28% dos votos.

    Luís Miranda (Republicanos)
    Ao lado de seu irmão Luís Ricardo Miranda, que era servidor do Ministério da Saúde, o deputado federal Luís Miranda protagonizou um dos depoimentos de maior repercussão da CPI, sobre o contrato de compra da vacina Covaxin. O parlamentar declarou ter alertado o presidente Jair Bolsonaro das irregularidades do documento. Luís Miranda se candidatou por São Paulo e não foi reeleito

    Luiz Henrique Mandetta (União Brasil)
    Ministro da Saúde de Bolsonaro no início da pandemia, Mandetta tornou-se um crítico do governo federal. Ouvido no primeiro dia de investigações, reforçou essa postura em seu depoimento. Candidato ao Senado por Mato Grosso do Sul, teve 15,12% dos votos e perdeu a disputa para Tereza Cristina (PP), também ex-ministra da gestão, que se elegeu com 60,85%.

    Mara Gabrilli (PSDB)
    Assim como Kátia Abreu, a senadora Mara Gabrilli participou de sessões da CPI, mas não integrava a comissão. Neste pleito, foi candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB), que teve 4,16% dos votos na corrida pelo Planalto.

    Marcos Rogério (PL-RO)
    Titular da comissão, Marcos Rogério defendeu o ex-secretário especial de Comunicação Social Fábio Wajngarten na sessão em que o relator Renan Calheiros pediu sua prisão, acusando-o de “abuso de autoridade”. No domingo, ficou em segundo lugar na eleição para o governo do Rondônia. Com 37,05% dos votos, ele vai ao segundo turno.

    Mayra Pinheiro (PL-CE)
    Ex-secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro foi convocada à CPI como testemunha. Depois de ter o pedido de habeas corpus negado, teve de responder aos questionamentos de seus integrantes. Acusada no relatório da comissão de praticar crimes como prevaricação, a médica não foi eleita deputada federal pelo Ceará em 2022. Ela ficou com 71.214 votos.

    Nise Yamaguchi (Pros-SP)
    Convidada a depor na CPI da Covid, Nise Yamaguchi terminou indiciada por epidemia com resultado morte e chegou a processar Omar Aziz, que presidiu a comissão, por danos morais. Candidata pela primeira vez em 2022, a médica não foi eleita deputada federal, com 36.690 votos.

    Omar Aziz (PSD-AM)
    Presidente da CPI, Omar Aziz viu seu nome ganhar projeção nacional durante as semanas em que esteve à frente dos trabalhos. Agora foi reeleito senador pelo Amazonas com 41,42% dos votos, proporção superior à obtida nas eleições de 2014.

    Onyx Lorenzoni (PL-RS)
    Ministro da Secretaria-Geral da Presidência e do Trabalho e Previdência enquanto os trabalhos da CPI ocorriam, Onyx Lorenzoni não depôs, mas foi indiciado pela CPI. Na eleição para o governo do Rio Grande do Sul, avançou ao segundo turno, com 37,5% dos votos válidos, à frente de Eduardo Leite (PSDB).

    Osmar Terra (MDB-RS)
    Mais um apontado como integrante do “gabinete paralelo”, Osmar Terra defendeu em seu depoimento à CPI que pessoas sadias não fossem isoladas. Terminou indiciado por epidemia com resultado morte. Reeleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul, o emedebista teve 103.245 votos.

    Oswaldo Eustáquio (União Brasil-PR)
    Suspeito pela disseminação de notícias falsas, o blogueiro Oswaldo Eustáquio não foi ouvido pela comissão e acabou indiciado por incitação ao crime. Tentou uma vaga de deputado federal pelo Paraná, mas os 16.762 votos não foram suficientes para se eleger.

    Otto Alencar (PSD-BA)
    O senador Otto Alencar foi titular da CPI da Covid e se destacou nas sessões que receberam o ex-ministro Eduardo Pazuello e a médica Nise Yamaguchi, que o processou por danos morais. Foi reeleito senador pela Bahia com 58,31% dos votos.

    Paulo Eneas (PMB-SP)
    Editor de um site bolsonarista, Paulo Eneas foi indiciado no relatório da CPI por incitação ao crime. Ele recebeu 1.467 votos na disputa por uma vaga de deputado estadual em São Paulo e não conseguiu se eleger.

    Professor Amilton Gomes (Pros-DF)
    Fundador da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), Amilton foi acusado pela comissão de tráfico de influência. Ao prestar depoimento, em agosto de 2021, chegou a chorar. Candidato a deputado distrital, ele teve 86 votos no Distrito Federal e não foi eleito.

    Ricardo Barros (PP-PR)
    Líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros protagonizou uma das sessões mais polêmicas da CPI da Covid. Em decorrência de desentendimentos entre os integrantes e o depoente, ela chegou a ser suspensa. Acusado de participação na negociação de compra da Covaxin, o deputado federal negou que isso tenha ocorrido. Na disputa pela reeleição pelo Paraná, Barros conquistou 107.022 votos e terá mais quatro anos no cargo.

    Rogério Carvalho (PT-SE)
    Suplente da comissão, Rogério Carvalho participou de várias sessões. No domingo, protagonizou um embate com outro integrante da CPI, Alessandro Vieira (PSDB), pelo governo de Sergipe. O petista avançou ao segundo turno, com 44,7% dos votos, enquanto o tucano ficou em terceiro e está fora da disputa.

    Simone Tebet (MDB-MS)
    A senadora por Mato Grosso do Sul alcançou protagonismo em sua atuação parlamentar durante a CPI da Covid. Neste ano, terminou a corrida pela Presidência da República em quarto lugar, com 4,16% dos votos.

    Soraya Thronicke (União Brasil-MS)
    A também senadora por Mato Grosso do Sul participou de sessões da CPI como representante da bancada feminista e também entrou na disputa pelo Palácio do Planalto. Ele obteve 0,51% dos votos, na quinta colocação.

    Tércio Arnaud (PL-PB)
    Então assessor especial da Presidência, Tércio Arnaud foi indiciado por incitação ao crime no relatório da CPI. Neste domingo, foi candidato a suplente de senador pela Paraíba. Titular da chapa, Bruno Roberto (PL) não se elegeu, com 11,58% dos votos.

    Walter Braga Netto (PL)
    Indiciado por epidemia com resultado de morte, Braga Netto ocupava o Ministério da Defesa durante os trabalhos da CPI. Atual candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, irá com ele ao segundo turno da disputa.

    Wilson Lima (União Brasil-AM)
    O governador do Amazonas foi convocado como testemunha da CPI, mas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer, já que era investigado pela Polícia Federal. Na chefia do Executivo de um dos estados que mais sofreu na pandemia, foi alvo de críticas e questionamentos na comissão e terminou indiciado por epidemia com resultado morte, prevaricação e crimes de responsabilidade.

    Em busca da reeleição, finalizou o primeiro turno com 42,82% dos votos, na liderança da disputa. No segundo turno, enfrentará Eduardo Braga (MDB).

    Wilson Witzel (PMB-RJ)
    Ex-governador do Rio, Wilson Witzel compareceu à CPI protegido por um habeas corpus que o permitia não responder às perguntas dos senadores. Foi duramente criticado pelo silêncio. Em 2022, tentou retornar ao Palácio da Guanabara, mas teve o registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral local (TRE-RJ).

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