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    Demanda esfria e indústria do Brasil perde força em setembro, mostra PMI

    Dados mostraram que o PMI recuou a 51,1 em setembro, de 51,9 em agosto, permanecendo em território de expansão pelo sétimo mês seguido

    Por Camila Moreira, da Reuters

    A indústria brasileira perdeu força em setembro diante de sinais de estagnação da demanda, com os novos trabalhos expandindo ao ritmo mais fraco em sete meses, ainda que a inflação tenha dado sinais de alívio, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global.

    Os dados divulgados nesta segunda-feira (3) mostraram que o PMI de indústria do Brasil recuou a 51,1 em setembro, de 51,9 em agosto, permanecendo em território de expansão pelo sétimo mês seguido, mas no patamar mais fraco nesse período.

    Ainda que o aumento das vendas e esforços para recompor estoques tenham dando sustentação ao setor no mês, os dados indicam queda do índice no terceiro trimestre a 52,3, de 53,4 entre abril e junho, de acordo com o levantamento.

    O aumento das novas encomendas, maior subcomponente do PMI, foi bem menos intenso em setembro, no ritmo mais fraco da atual sequência de sete meses de expansão.

    De acordo com a S&P Global, a expansão foi contida pela redução do poder de compra de clientes, fraqueza no setor automotivo e vendas fracas no varejo.

    A demanda global mais fraca restringiu a entrada de novas encomendas de exportação em setembro, que recuaram pelo sétimo mês seguido e tiveram a maior contração desde meados de 2020.

    “Existem sinais claros e preocupantes de que a demanda está vacilando, em paralelo com o aumento de velocidade da contração de vendas internacionais, em meio a condições econômicas globais desafiadoras”, destacou a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima.

    “Os números do PMI da China, maior mercado de exportação do Brasil, destacam recuos notáveis na atividade de compra e produção entre fabricantes de bens em setembro.”

    Apesar da fraqueza da demanda, os produtores continuaram a aumentar a produção, a um ritmo mais forte do que agosto, com as empresas mencionando esforços para recompor estoques.

    Os dados de setembro ainda mostraram considerável recuo nas pressões de custos, com os preços dos insumos subindo à taxa mais fraca em quase oito anos. Preços mais baixos de commodities, metais e plásticos colaboraram para esse resultado.

    Diante das pressões de custos mais baixas, condições competitivas e vendas fracas, a inflação de venda também esfriou em setembro, com os preços subindo no ritmo mais lento desde dezembro de 2019.

    Os empresários das indústrias brasileiras mantiveram ainda a visão otimista sobre as perspectivas de produção à frente, com três quartos dos entrevistados prevendo crescimento. Eles também citaram lançamento de novos produtos; investimento em capacidade, tecnologia e marketing; e perspectivas de condições operacionais melhores após a eleição presidencial.

    Esse otimismo favoreceu a criação de empregos no setor, com indicações de reajustes de funcionários, planos de expansão e esforços para cumprir prazos. Ainda assim o ritmo de contratação foi mais lento desde abril.

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