Ibovespa fecha em alta de 2,2% antes das eleições; dólar fica estável a R$ 5,39
No acumulado de uma semana iniciada sob forte aversão a risco nas praças internacionais, moeda norte-americana avançou 2,78%, maior alta desde meados de junho; já no acumulado de setembro, divisa saltou 3,72%
O Ibovespa subiu 2,2% nesta sexta-feira (30) e fechou o dia aos 110.036.79 pontos no último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais. O principal índice da bolsa de valores operou na volatilidade, entre perdas e ganhos ao longo dia, com os investidores de olho nas eleições deste domingo (2) e impulsionado por alta forte da Vale.
Já o dólar fechou perto da estabilidade nesta sexta-feira, cotado a R$ 5,3941, zerando queda de mais de 1% vista no meio da tarde depois de ter subido pouco antes, com um mercado bastante sensível a notícias sobre o futuro da política fiscal do novo governo na última sessão antes do primeiro turno das eleições.
Na mínima, a moeda caiu a R$ 5,329, baixa de 1,20%, quando a divisa brasileira ocupou o topo da lista de ganhos nos mercados globais de câmbio. Na máxima intradiária, a cotação subiu 0,65%, a R$ 5,4287.
Já era esperado que a eleição poderia trazer cautela e volatilidade, perspectiva reforçada pela retomada de um rali da divisa norte-americana no exterior.
No acumulado de uma semana iniciada sob forte aversão a risco nas praças internacionais, o dólar avançou 2,78%, maior alta desde meados de junho. Em setembro, a divisa saltou 3,72%, maior elevação também desde junho, e reduziu, assim, o declínio em 2022 para 3,22%.
Ainda nesta sessão, estava programado para que o Banco Central ofertasse até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de novembro de 2022.
Sentimento global
A aversão a risco fez os principais índices do mercado encerrarem as últimas semanas em queda. Ela é explicada pelo temor global de recessão, que apesar de ter tido uma arrefecida nesta quarta-feira, vem sendo alimentado após os sucessivos aumentos de juros pelos bancos centrais do mundo.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na semana passada. Com isso, ela passa do intervalo de 2,25% a 2,5% ao ano para 3% a 3,25%.
É a quinta alta consecutiva implementada pela autarquia desde o início do ciclo, em março deste ano. Antes disso, os juros estavam no intervalo entre 0% e 0,25%. Os aumentos também são os primeiros desde 2018.
As taxas de juros também subiram na semana anterior no Reino Unido, Suécia, Suíça e Noruega, entre outros lugares.
O Brasil, por outro lado, teve sua taxa básica de juros inalterada pela primeira vez desde março de 2021, encerrando assim o ciclo de altas do maior aperto monetário da história, que teve início quando a Selic estava em sua mínima histórica, em 2% ao ano.
O aumento dos juros no mundo para tentar conter a inflação gera um processo de contração da economia, o que pode levar a uma recessão. O comunicado do Fed de continuar com sua política monetária mais “hawkish” serviu como alerta para os investidores globais, que passam a procurar ativos mais seguros.
Com os juros maiores nos Estados Unidos, mais investidores tendem a preferir a renda fixa do país vista como um “porto-seguro” dos investimentos. A alta dos juros também favorece o dólar, apesar de prejudicar os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:
Maiores altas
- Magazine Luiza (MGLU3): 10,62%
- IRB Brasil (IRBR3): 8,91%
- Via (VIIA3): 8,50%
- Usiminas (USIM5): 7,43%
- Americanas (AMER3): 6,99%
Maiores baixas
- Carrefour (CRFB3): 2,77%
- Embraer (EMBR3): 2,51%
- Assaí (ASAI3): 2,23%
- Minerva (BEEF3): 2,11%
- Eneva (ENEV3): 2,08%
*Com informações da Reuters