Presidenciáveis devem buscar voto útil e de indecisos, diz cientista político
À CNN Rádio, Renato Dolci avaliou que o último debate presidencial vai exigir estratégias diferentes dos candidatos
A três dias das eleições, a reta final da campanha eleitoral deve trazer estratégias diferentes para os candidatos, na avaliação do cientista político Renato Dolci.
Em entrevista à CNN Rádio, ele lembrou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto, concentram 80% de todo o eleitorado.
“É uma concentração muito forte que, ao mesmo tempo, dificulta um crescimento de ambos mais elevado, e atrai a migração de votos úteis e de indecisos”, afirmou.
Por esse motivo, o especialista acredita que o último debate, que acontecerá nesta quinta-feira (29) na TV Globo, será “fundamental” para dois tipos de eleitores.
De um lado, a parcela dos indecisos – de cerca de 10% –, que “esperam entender melhor as propostas, algo que não aconteceu até o momento.”
E, de outro, de conquistar o voto útil, daqueles “mais militantes”, que “querem um discurso mais radical.”
Segundo Dolci, as estratégias para ambos são quase opostas.
“A grande dúvida é se faz sentido radicalizar para Lula e trazer voto útil que está votando em Ciro, por exemplo, porque não quer Bolsonaro no poder ou tentará os 10%.”
Ao mesmo tempo, “Bolsonaro precisa trazer o indeciso, mas tem rejeições mais cristalizadas, onde precisaria crescer, como as mulheres e o Nordeste.”
“O grande ponto para mim é que os 10% que querem ouvir mais propostas colocam os candidatos em estratégia complexa, pois precisam falar com indecisos, ao mesmo tempo que os militantes querem um discurso mais radical”, disse.
*Com produção de Isabel Campos