Ibovespa fecha pregão perto da estabilidade; dólar cai 0,52% com alívio no exterior
Clima de cautela vem sendo alimentado após os sucessivos aumentos de juros pelos bancos centrais do mundo
O Ibovespa fechou em alta leve nesta quarta-feira (28), em sessão de pouca variação em meio à cautela pré-eleições, apesar da disparada em Wall Street, onde os principais índices subiram ao redor de 2% após fortes perdas nos últimos dias.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão com variação de 0,07%, aos 108.451 pontos. Na máxima do dia, chegou a 108.970,15 pontos, enquanto na mínima foi a 107.914,01 pontos.
Petrobras caiu, mesmo com a elevação dos preços do petróleo no exterior, e foi a principal influência negativa, enquanto a Vale avançou na ponta contrária.
O dólar registrou baixa mais firme nesta quarta-feira, após ficar estável na sessão anterior depois de dois dias de super-ralis, mas o movimento foi visto mais como um ajuste patrocinado por um dia de respiro nas praças externas, num cenário geral ainda desconfortável.
O dólar à vista caiu 0,52%, a R$ 5,3492 na venda. Durante o dia, a moeda norte-americana variou cerca de 10 centavos entre a máxima (de R$ 5,4243, alta de 0,88%) e a mínima (de R$ 5,3232, baixa de 1%).
Sentimento global
A aversão a risco fez os principais índices do mercado encerrarem as últimas semanas em queda. Ela é explicada pelo temor global de recessão, que apesar de ter tido uma arrefecida nesta quarta-feira, vem sendo alimentado após os sucessivos aumentos de juros pelos bancos centrais do mundo.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na semana passada. Com isso, ela passa do intervalo de 2,25% a 2,5% ao ano para 3% a 3,25%.
É a quinta alta consecutiva implementada pela autarquia desde o início do ciclo, em março deste ano. Antes disso, os juros estavam no intervalo entre 0% e 0,25%. Os aumentos também são os primeiros desde 2018.
As taxas de juros também subiram na semana anterior no Reino Unido, Suécia, Suíça e Noruega, entre outros lugares.
O Brasil, por outro lado, teve sua taxa básica de juros inalterada pela primeira vez desde março de 2021, encerrando assim o ciclo de altas do maior aperto monetário da história, que teve início quando a Selic estava em sua mínima histórica, em 2% ao ano.
O aumento dos juros no mundo para tentar conter a inflação gera um processo de contração da economia, o que pode levar a uma recessão. O comunicado do Fed de continuar com sua política monetária mais “hawkish” serviu como alerta para os investidores globais, que passam a procurar ativos mais seguros.
Com os juros maiores nos Estados Unidos, mais investidores tendem a preferir a renda fixa do país vista como um “porto-seguro” dos investimentos. A alta dos juros também favorece o dólar, apesar de prejudicar os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
*Com Fabrício Julião, do CNN Brasil Business