Em conversa com Moraes, Valdemar reitera confiança nas urnas e diz que PL vai respeitar resultado das eleições
Defesa do cacique do sistema eleitoral brasileiro vai na contramão dos discursos do presidente Jair Bolsonaro
Em uma conversa de cerca de meia hora com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (27), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto reiterou a confiança nas urnas eletrônicas e garantiu que o partido não vai “criar problemas” e vai respeitar o resultado das eleições.
A defesa do cacique do sistema eleitoral brasileiro vai na contramão dos discursos do presidente Jair Bolsonaro, que se filiou ao PL para disputar a reeleição ao Palácio do Planalto.
Segundo relatos feitos à CNN, Valdemar também disse a Moraes que o PL vai participar do processo de fiscalização da apuração no modelo estabelecido pelo TSE, como faz há várias eleições. O dirigente partidário justificou a medida como uma forma de evitar ruídos, principalmente na comunicação com aliados e apoiadores de Bolsonaro.
Valdemar, de acordo com pessoas próximas, saiu do encontro com a convicção de que o presidente do TSE não poupará esforços para manter a tranquilidade do pleito. O encontro aconteceu um dia depois de Bolsonaro voltar a colocar em xeque a lisura nas eleições no Brasil. Em sabatina no Jornal da Record, o presidente afirmou que não haverá nenhum problema após um pleito com “eleições limpas”.
O mandatário do Palácio do Planalto ainda afirmou que vai “esperar o resultado” para reconhecer a lisura do pleito.
“Olha, eu vou esperar o resultado [antes de decidir se vai reconhecer o resultado]. Nas ruas, eu nunca vi, eu tenho falado nos meus pronunciamentos, como falei em Campinas, que um candidato que tem 45% das intenções de votos sem poder sair às ruas, sem poder se dirigir ao público. E o que é a democracia? É a vontade popular. A gente não está vendo a vontade popular expressa nos institutos de pesquisa, em especial o Datafolha e muito menos dentro do TSE”, disse Bolsonaro.
Moraes também recebeu nesta terça o senador Jaques Wagner (PT-BA), um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cotado para assumir o Ministério das Relações Exteriores em um eventual governo petista. Uma das pautas da conversa foi a violência política.
Segundo relatos, Wagner reforçou um pedido de atenção por parte do TSE em relação à segurança das eleições. Moraes teria dito ao petista que a Corte eleitoral tem atuado com firmeza para garantir harmonia durante o pleito.