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    Inflação nos EUA já atingiu ou está perto de pico, diz dirigente do Fed

    Banqueira mencionou que "desafios dos gargalos na cadeia de suprimentos" moderaram recentemente, o que pode ajudar os preços nos EUA arrefecerem

    Gabriel Caldeira, do Estadão Conteúdo

    A presidente da distrital de Boston do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Susan Collins, estima que a inflação nos Estados Unidos está próxima ou até já atingiu o seu pico.

    Durante evento da Câmara de Comércio de Boston nesta segunda-feira (26) a banqueira central mencionou que alguns dos “desafios dos gargalos na cadeia de suprimentos” moderaram recentemente, o que pode ajudar os preços nos EUA arrefecerem.

    Ao mesmo tempo, a ação recente do Fed já foi precificada por alguns setores da economia, como o imobiliário.

    Como resultado do aperto monetário, a perspectiva aponta para um crescimento “mais lento” da economia este ano e em 2023 e um “crescimento modesto” do desemprego no país, ressaltou.

    Mais cedo, ela ressaltou o foco do BC norte-americano no combate à inflação, em seu primeiro discurso público como presidente do Fed de Boston.

    Susan reiterou o foco do Fed em trazer a inflação de volta à meta de 2% ao ano.

    Segundo ela, é missão da instituição moderar a demanda excessiva atual — em relação à capacidade produtiva dos EUA — para que os preços se estabilizem.

    “Retornar a inflação à meta exigirá um maior aperto da política monetária, conforme sinalizado nas projeções recentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês)”, resumiu.

    Embora reconheça que o aperto monetário vai causar uma taxa de desemprego maior nos EUA — atualmente, ela é de 3,7% — Susan Collins avalia que é possível atingir uma desaceleração da atividade mais moderada em meio ao aumento de juros, ainda que esta seja uma tarefa “desafiadora”.

    Entre as razões para esta visão, a dirigente cita que as poupanças de domicílios e empresas está “consideravelmente mais fortes” do que em outros períodos de aperto monetário, o que “reduzi o risco de redução significativa nos gastos e investimentos à medida que os juros aumentam”.

    Além disso, ela avalia que o setor privado enfrenta escassez de trabalhadores, e não excesso, o que pode ajudar o emprego enquanto o Fed comprime o crescimento.

    Apesar do otimismo, Susan Collins ressaltou que há “riscos de baixa” à perspectiva econômica, em especial ao considerar o ambiente geopolítico turbulento e eventuais novos choques.

    Este contexto deve, inclusive, atrasar os efeitos da política monetária do Fed nos EUA, completou a dirigente, que tem direito a voto nas reuniões do Fomc este ano.

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