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    Ciro oferece tempo a Tebet; Kelmon elogia Bolsonaro: as “escadas” entre os presidenciáveis

    Presidenciáveis utilizam estratégia para se ajudarem no debate da CNN

    Daniel ReisRenan Portoda CNN

    Os candidatos à Presidência adotaram estratégias para se ajudarem no debate da CNN neste sábado (24). As “escadas” foram utilizadas em interações entre o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB), e padre Kelmon (PTB) e Jair Bolsonaro (PL).

    Na avaliação do analista da CNN Caio Junqueira, em certo momento a interação entre o candidato do PTB e o presidente Bolsonaro “parecia horário eleitoral”.

    Durante o debate, Kelmon defendeu Bolsonaro das críticas de outros candidatos. “O senhor tem ajudado muito esse país e nós estamos vendo um massacre, eu nunca tinha visto isso na minha vida, partidos que se juntaram para bater em um presidente da república com falácias e mentiras”, disse o padre após ser perguntado pelo próprio Bolsonaro sobre a avaliação do seu governo.

    “Em certos momentos o Felipe D’Avila (Novo) também favoreceu o campo de jogo para Bolsonaro. Até o Ciro Gomes, em muitos momentos, surpreendentemente fazendo um jogo também – não estou falando que foi proposital – mas levantando para o Bolsonaro cortar”, avalia o analista da CNN.

    Especialistas ainda acreditam que a participação do padre faz Bolsonaro parecer “mais moderado”. “Padre Kelman está para Bolsonaro em 2020 como esteve o Cabo Daciolo em 2018. Ele deixa Bolsonaro mais moderado”, pontua o cientista político e presidente do Conselho Científico do Ipespe, Antonio Lavareda.

    Em contrapartida, as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram responsáveis por críticas mais contundentes ao atual presidente, na avaliação de Caio Junqueira.

     

     

    Na avaliação do cientista político e diretor da Quaest Felipe Nunes, Ciro fez um debate para tentar reduzir a sua rejeição e, ao fazer isso, o público interpretou que o pedetista “amenizou para Bolsonaro”.

    Nunes ainda cita outra dobradinha, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Tebet, mesmo com a ausência do petista. Segundo ele, durante todo o debate Tebet não citou Lula nas críticas.

    “Citou o PT. Ou seja: para mim, essa é uma dobradinha implícita que diz muito sobre o que vem por aí em um possível segundo turno. (…) Me pareceu uma dobradinha clara de preservar o presidente Lula não mencionando ele diretamente”, diz o cientista político.

    Contra o “voto útil” Tebet também se uniu a Ciro. “A Simone e o Ciro defendendo o ‘voto consciente’ que eles chamaram. (…) É muito clara essa posição do Ciro e da Simone”, pontua Guilherme Russo, diretor de inteligência da Quaest.

    Em determinado momento, Ciro concedeu parte do seu tempo a Tebet. Os candidatos ainda trocaram elogios após a candidata afirmar que o pedetista falaria melhor a respeito do tema abordado.

    Equipe dos presidenciáveis criticam Bolsonaro por “dobradinha” com padre

    Equipes de campanha dos candidatos à Presidência criticaram, nos bastidores do debate da CNN, a decisão de Bolsonaro de questionar Padre Kelmon, nas duas vezes em que teve oportunidade de fazer perguntas. Em uma delas, o candidato do PTB fez elogios ao presidente.

    A candidata a vice na chapa de Simone Tebet, Mara Gabrilli (PSDB-SP), afirmou que o presidente foi “covarde”. “Ele não teve coragem de fazer perguntas para uma mulher. Ele preferiu ir lá onde o jogo é seguro, que é o que ele faz o dia inteiro. Ele trabalha dentro da bolha dele, do Brasil que ele enxerga”, disse.

    Para o vice-presidente do Novo, Alfredo Fuentes, trata-se de um “jogo casado”. “Estão fazendo uma tabelinha para um levantar a bola para o outro. Com certeza tem um jogo combinado de bastidores”, afirmou.

    Michel Hanna Rachi, assessor de Kelmon, disse que Bolsonaro escolheu o padre para fazer as perguntas porque queria apresentá-lo à população. Segundo o assessor, os demais candidatos à Presidência também deveriam elogiar Bolsonaro. “A gente acha estranho por que os outros candidatos não fazem elogios ao presidente Bolsonaro, que quase morreu pela pátria”, afirmou.

    Fotos – os candidatos a vice–presidente

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