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    Reino Unido: nova agenda econômica tem corte histórico de impostos e mais dívida

    Ministro britânico eliminou maior alíquota de imposto de renda do país e pela 1ª vez estimou custo de planos de gastos da primeira-ministra Liz Truss

    Por David Milliken e Andy Bruce, da Reuters

    O novo ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, anunciou cortes históricos de impostos e enormes aumentos em empréstimos nesta sexta-feira em uma agenda econômica que derrubou os mercados financeiros, com os títulos do governo britânico em queda livre.

    Kwarteng eliminou a maior alíquota de imposto de renda do país e pela primeira vez deu uma estimativa do custo dos planos de gastos da primeira-ministra Liz Truss, que quer dobrar a taxa de crescimento econômico do Reino Unido.

    Os investidores descarregaram títulos do governo britânico de curto prazo o mais rápido que podiam, com gilts de dois anos a caminho de sua maior queda em um dia desde pelo menos 2009, conforme o Reino Unido elevou seus planos de emissão de dívida para o atual ano financeiro em 72,4 bilhões de libras (81 bilhões de dólares).

    O apoio às contas de energia doméstica anunciado por Truss custará 60 bilhões de libras nos próximos seis meses, disse Kwarteng. Os cortes de impostos custariam mais 45 bilhões de libras, disse ele.

    A libra caiu para o menor patamar em 37 anos em relação ao dólar quando Kwarteng atualizou o parlamento sobre seus planos.

    “Nosso plano é expandir o lado da oferta da economia por meio de incentivos fiscais e reformas”, disse Kwarteng.

    “É assim que vamos competir com sucesso com economias dinâmicas em todo o mundo. É assim que vamos transformar o ciclo vicioso de estagnação em um ciclo virtuoso de crescimento.”

    O Partido Trabalhista de oposição disse que os planos eram uma “aposta desesperada”.

    O Instituto de Estudos Fiscais disse que os cortes de impostos foram os maiores desde o Orçamento de 1972– que é amplamente lembrado como tendo terminado em desastre por causa de seu efeito inflacionário.

    O cenário do mercado dificilmente poderia ser mais hostil para Kwarteng, com a libra tendo um desempenho pior em relação ao dólar do que quase qualquer outra moeda importante.

    Grande parte do declínio reflete os rápidos aumentos da taxa de juros do Federal Reserve dos EUA para domar a inflação -que levaram os mercados a uma queda livre-, mas alguns investidores também estão cautelosos com a disposição de Truss de tomar grandes empréstimos para financiar o crescimento.

    Questionado na sexta-feira sobre como o Reino Unido financiaria seus gastos enquanto cortava impostos, um ministro disse que o crescimento econômico era a resposta.

    Uma pesquisa da Reuters nesta semana mostrou que 55% dos bancos internacionais e consultorias econômicas que foram entrevistados julgaram que os ativos britânicos estavam em alto risco de uma forte perda de confiança.

    Na quinta-feira, o Banco da Inglaterra disse que o teto de preços de energia de Truss limitaria a inflação no curto prazo, mas que o estímulo do governo provavelmente aumentaria ainda mais as pressões inflacionárias, em um momento em que está lutando contra a inflação perto do maior nível em 40 anos.

     

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