Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Eleições 2022

    QG de Bolsonaro vive dilema na reta final de campanha

    A leitura majoritária entre os aliados mais próximos do presidente é que é preciso ocupar todos os espaços possíveis, o que inclui os dois próximos debates

    Caio Junqueirada CNN

    Uma reunião no Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira entre o presidente Jair Bolsonaro, ministros e aliados tentou traçar a estratégia para a reta final da campanha, mas acabou também revelando alguns dos seus dilemas.

    Segundo participantes estiveram no encontro o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o das Comunicações, Fabio Faria, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e os marqueteiros Duda Lima e Sergio Lima.

    A leitura principal é a de que é preciso ocupar todos os espaços possíveis, o que inclui os dois próximos debates, do pool das empresas CNN, SBT, Estadão, Rádio Eldorado, Terra, Nova Brasil FM neste sábado e o da Rede Globo no dia 29. Mesmo assim alguns riscos foram avaliados. Em especial, a dificuldade que Bolsonaro tem de ocupar um espaço em que se sente desconfortável.

    Por exemplo, diante da probabilidade de que Lula se ausente no debate de sábado, a estratégia de Bolsonaro está definida de centrar fogo no petista justamente para aproveitar a ausência dele. Mas aí, há também o receio de que provocações dos demais candidatos e perguntas incômodas de jornalistas possam lhe desestabilizar e o que seria para ser um exposição bem-sucedida acabar sendo malsucedida.

    O mesmo vale para entrevistas a veículos internacionais na reta final. Os relatos são de que há inúmeros pedidos de veículos de diversos países, como os estatais da China e da Rússia, além de europeus e latino-americanos. Parte da campanha avalia que quando ele fala ao mundo consegue também passar sua mensagem para o eleitor brasileiro, mas parte — a ala mais ideológica– avalia que é um erro.

    Outro dilema é quanto aos eventos da reta final. Há uma crítica interna na campanha que Bolsonaro não tem conseguido furar a bolha bolsonarista nas agendas, muito centradas em motociatas e eventos com evangélicos. Um exemplo mencionado por exemplo é da ida dele a Garanhuns, no interior de Pernambuco e cidade que tem um simbolismo por ser onde Lula nasceu. Há uma crítica interna de que Bolsonaro poderia ter se encontrado com algum beneficiário do Auxílio Brasil e até eventualmente ter questionado a ele quanto recebia na era petista e quanto recebe no seu governo.

    Há alguns consensos porém. Um deles é o de focar a reta final no Sudeste e o de alterar ataques a Lula com propostas, como a feita nesta quinta-feira na área educacional. Outra avaliação comum é a de que é preciso chegar competitivo ao segundo turno. As pesquisas internas da campanha apontam diferença mínima entre Bolsonaro e Lula — nesta quinta-feira era de três pontos, segundo integrantes da campanha. Com isso, há confiança de que a disputa irá ao segundo turno. O objetivo agora é fazer com que a diferença entre ambos não seja grande para motivar a campanha para o segundo turno. Os caciques da campanha ainda acreditam que é possível vencer em especial com o prognóstico positivo para a economia em outubro, apesar de avaliarem que se trata de uma campanha difícil.

    Um dado, porém, chamou atenção na reunião de ontem no Alvorada: aliados avaliaram que Bolsonaro estava tenso, mal-humorado e com cara de preocupado. Embora também relataram que estava motivado para a reta final da disputa.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.