Ministros da UE realizarão reunião de emergência sobre Ucrânia, diz diplomata
Josep Borrell descreveu discurso do presidente russo como uma ameaça implícita de usar armas nucleares
Os ministros das Relações Exteriores dos Estados membros da União Europeia, atualmente em Nova York participando da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizarão uma reunião de emergência na noite desta quarta-feira (21) para discutir os recentes desenvolvimentos relacionados à guerra da Rússia na Ucrânia, anunciou o principal diplomata da UE em uma coletiva de imprensa.
O alto representante da União para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, disse que a reunião foi convocada após um discurso do presidente russo, Vladimir Putin, que Borrell descreveu como uma ameaça implícita do líder russo de usar armas nucleares.
“Esta noite, imediatamente após conhecer as palavras do Sr. Putin, estou convocando uma reunião informal extraordinária e ad hoc dos ministros das Relações Exteriores da UE com o objetivo de chegar a um acordo sobre uma linha comum. E a linha comum, tenho certeza, pode ser resumida como dizendo: ‘Não seremos intimidados e continuaremos a apoiar totalmente a soberania da Ucrânia'”, disse ele.
Borrell disse que Putin parecia “falar com pânico e desespero” em seu anúncio de uma mobilização parcial imediata de cidadãos russos.
“Ele está dobrando [para baixo] em uma estratégia fracassada. Com a ameaça de usar armas nucleares, ele está tentando intimidar a Ucrânia e todos os países que o apoiam. Mas ele falhará”, disse Borrell.
Em resposta a uma pergunta sobre o que acontecerá na reunião de emergência desta noite, ele disse:
“Acho que os ministros precisam discutir essa ameaça para reiterar o apoio contínuo à Ucrânia e alertar a comunidade internacional sobre a situação inaceitável em que Putin está colocando todos nós. Os ministros discutirão como continuar o apoio militar à Ucrânia, como continuar colocando pressão sobre a Rússia.”
Ele também disse que novas sanções da UE contra a Rússia estariam “na mesa”.
“Começarei a propor o que fazer com as sanções. E reforçaremos nosso alcance a todos os estados do mundo para compartilhar com eles nossa forte preocupação com essa situação”, disse Borrell.
Borrell disse que não tem planos de se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que também está em Nova York para participar da reunião da Organização das Nações Unidas (ONU).